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Investigação e multa por crime ambiental

CB, Cidades, p.30
24 de Jun de 2004

Investigação e multa por crime ambiental

Renato Alves
Da equipe do Correio

O Ministério Público Federal em Goiás abriu ontem investigação para apurar possível crime ambiental na área rural de Planaltina (GO). A denúncia partiu do Correio. Há uma semana, reportagem mostrou o desmatamento de uma área equivalente a quase 500 campos de futebol em um lugar conhecido como Capão das Negas. O local fica às margens da estrada que liga Brasília à Chapada dos Veadeiros (GO).
Com base na reportagem, Paulo José Rocha Júnior, procurador da República em Goiás, decidiu abrir investigação. Ele não deu entrevista. Mas sua assessoria informou que moradores da região e o responsável pelo desmatamento serão intimados a prestar depoimento.
Fiscais da Agência Ambiental foram ao local ontem. E constataram uma série de irregularidades. Espécies de árvores que deveriam ser preservadas, como o pequizeiro, não foram poupadas. ''Também vimos que a área desmatada é diferente daquela que havia sido autorizada'', explicou um dos fiscais da agência, Luciano Braga.
A agência liberou licença para desmatar 195 hectares em uma fazenda do Capão das Negas. ''Só que o local está intacto. O proprietário usou a licença para desmatar cerrado nativo.'' Luciano aplicou multa de R$ 215 mil. Mas não pôde entregar a notificação ao responsável pelo crime ambiental, identificado como Geovani Capelesco. A multa foi entregue a um dos três homens que ainda ontem cortava árvores com motosserra.
A área, antes ocupada por pequenas chácaras e pomares, vai dar lugar à soja. O Capão das Negas faz divisa com a Estação Ecológica de Águas Emendadas. Localizada no DF, a unidade de conservação ambiental é uma das poucas que ainda abriga flora e fauna nativas do cerrado. Na reserva estão as principais nascentes das bacias hidrográficas que abastecem o DF e cidades do Entorno. (R. A.)

CB, 24/06/2004, Cidades, p. 30

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