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Investidor vê risco de apagão de 32% em 2011

OESP, Economia, p. B8
18 de Jul de 2007

Investidor vê risco de apagão de 32% em 2011
Nível é bastante superior aos 5% que o governo considera aceitável

Veja a integra do estudo

Leonardo Goy

Estudo apresentado ontem pelo Instituto Acende Brasil, associação que representa os principais investidores privados do setor elétrico, estima que o risco de o Brasil sofrer um novo racionamento de energia em 2011 é de até 32%, muito acima dos 5% tidos pelo governo como aceitável. Dos quatro cenários elaborados pelo estudo, o do risco de 32% é o mais crítico, pois combina uma taxa mais vigorosa de crescimento anual da economia (de 4,8%) com uma situação de atrasos nas obras de hidrelétricas que estão em andamento e nas obras do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa).

Para o consultor Mário Veiga, da PSR, responsável pela elaboração do estudo, é justamente esse cenário o mais provável. Ele ponderou, entretanto, que seu estudo detectou que, mesmo no cenário tido como o mais provável pelo governo, de um crescimento vistoso (também de 4,8%) e sem nenhum atraso em obras, o risco de racionamento em 2011 permanece elevado, em 28%.

Ele comentou que projetos como o da usina de Angra 3 e os das hidrelétricas do Rio Madeira não reduzem o risco de apagão até 2011, já que só deverão entrar em operação a partir de 2012.

Segundo Mário Veiga, um dos fatores que aumentaram os riscos de racionamento foi o termo de compromisso assinado entre a Petrobrás e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril. Ele ponderou que o termo não impede que as termoelétricas a gás deixem de gerar 1,2 mil megawatts (MW) médios em 2011, porque permitiu que a Petrobrás redefinisse o custo de geração das usinas termoelétricas.

O diretor de Gás e Energia da Petrobrás, Ildo Sauer, negou que possa haver esse déficit de energia das termoelétricas em 2011. 'O termo de compromisso que assinamos garante, além da demanda contratada, mais oferta adicional de energia a ser contratada', disse. Sauer classificou o estudo como 'terrorista' e disse que há tecnologias disponíveis para se construir usinas térmicas movidas a diesel em um ano, o que poderia evitar, em um caso extremo, o apagão em 2010 ou 2011.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, porém, avalia que o governo já deveria começar a preparar as regras de um eventual novo racionamento de energia.

O estudo do Acende Brasil/PSR também propõe que a energia gerada a partir de usinas de biomassa pode ser a principal solução para que se evite o racionamento. O levantamento afirma que existe hoje um potencial de geração de 1.800 MW médios em novas usinas de álcool no Centro-Oeste.

OESP, 18/07/2007, Economia, p. B8

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