VOLTAR

Invasores continuam mantendo sete indígenas como reféns no Pará

Adital
20 de Fev de 2008

Um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) chegou hoje pela manhã ao município de Capitão Poço, próximo à aldeia, para obter informações sobre o acontecimento, mas já retornou a Belém.

Segundo informações de pessoas que se encontram em Capitão Poço, a estrada que liga este município à vila Livramento foi interditada pelos invasores. Disseram também que a polícia ainda não chegou ao local porque foi deslocada para o município de Tailândia, onde ocorre outra manifestação de madeireiros. Eles bloquearam um trecho da rodovia PA-150, em protesto à operação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a apreensão de madeira ilegal na região. A possibilidade é de que as duas ações, na área indígena e em Tailândia, estejam interligadas e tenham sido planejadas por interesses dos madeireiros.

O caso

Centenas de posseiros invadiram a aldeia Itaho, na terra indígena Alto Rio Guamá, do Povo Tembé, no Pará. Os invasores chegaram ao local ao meio dia de domingo (17) e permaneceram até manhã de hoje (20).

Esta não é primeira vez que a terra dos Tembé é invadida por posseiros. As ações são motivadas por políticos e madeireiros locais, que têm interesses de manter atividades madeireiras e a exploração dos recursos naturais em parte da área.

A Reserva Alto Rio Guamá foi homologada em 1996 com 279 mil hectares, entre os rios Guamá e Gurupi, na fronteira com o Maranhão. Nela vivem cerca de 1000 indígenas. Apesar da terra indígena ter sido reconhecida, os índios ainda não puderam ter a posse exclusiva dela, pois está constantemente invadida por posseiros e madeireiros.

Havia um planejamento de retirada dos posseiros, mas por falta de recursos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da Funai ele não foi concluído. A paralisação das ações de retirada motivam novas invasões.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.