Estadão do Norte-Porto Velho-RO
25 de Abr de 2002
Ontem, ao final da tarde, centenas de garimpeiros estavam reunidos na praça principal de Espigão para deliberarem sobre as mortes de garimpeiros e os ferimentos em mais 28, no interior da Reserva Índigena Roosevelt, cuja invasão foi incitada no último final de semana pelo ex-senador cassado e ex-prefeito de Ariquemes, Ernandes Amorim, durante reuniões promovidas em várias cidades circunvizinhas ao garimpo de diamantes.
O clima em Espigão era tenso ontem, pois o ex-senador cassado garantiu que os garimpeiros podiam entrar na reserva que não haveria nenhum tipo de problema, visto que teria feito o mesmo quando da invasão ao garimpo de Bom Futuro.
As informações procedentes ontem à tarde, de Espigão, davam contas que os garimpeiros estariam se mobilizando para reunir entre 800 a mil garimpeiros e partirem para a reserva, matando os índios que encontrarem e montando bases para exploração dos diamantes.
Até o fechamento desta edição a reunião não tinha sido iniciada, muito embora o número de garim-peiros em Espigão era considerado significante.
A incitação da invasão do garimpo de diamantes da reserva dos Cinta-Larga, por parte do senador cassado Ernandes Amorim, criou um clima de preocupação entre a população e há um prenúncio de tragédia no garimpo, tendo em vista que os garimpeiros prometem vingar os colegas que foram assassinados no interior da reserva.
A reportagem de O ESTADÃO recebeu ontem vários telefonemas e um garimpeiro, que preferiu não se identificar, afirmou que mais três mortes ocorreram ontem no garimpo e que existe a possibilidade de várias outras mortes terem acontecido na Reserva Índigena Roose-velt.
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