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Interreses estranhos tentam evitar ocupação da fronteira, diz general

Folha de Boa Vista-RR
02 de Ago de 2001

O comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Claudimar Magalhães Nunes, disse não existir possibilidade de conflito entre o Exército e indígenas, devido à construção do 6o Pelotão de Fronteira, em Uiramutã, a nordeste do Estado, 350 quilômetros distante de Boa Vista, capital de Roraima. Admite que interesses estranhos aos da comunidade nacional estejam estimulando a criação de fatos com o objetivo de impedir a presença nacional na faixa de fronteira.
Conforme o comandante, o anúncio sobre a possibilidade de conflito não é uma afirmação dos índios. Acredita que esta idéia esteja apenas na cabeça do coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Jacir José de Souza. Argumenta que quem conhece a região sabe que lá existem grupos favoráveis ao pelotão e contrários a ele. Os últimos, orientados pelo CIR.
"Esse posicionamento deixa transparecer que seus interesses são contrários aos da sociedade nacional, especialmente do povo de Roraima. Se existe um dispositivo constitucional dizendo que os 150 quilômetros da faixa de fronteira são fundamentais para a defesa nacional - e o CIR não o reconhece - chega-se à conclusão que os interesses desta ONG não são os mesmos do país. Como disse o deputado federal Salomão Cruz, talvez isso seja terrorismo da parte deles", declarou.
O general destaca que em toda a faixa de fronteira o Exército sempre conviveu e convive bem com os índios. Disse que na Brigada por ele comandada existem onze pelotões de fronteira, além de dois em fase de construção. Dos onze em operação, oito estão em terras indígenas e convivem perfeitamente, levando benefícios às comunidades.
Ao questionar o motivo da polêmica que se tenta criar em Uiramutã, afirma que naquela região pessoas de todas raças são receptivas à implantação do 6o Pelotão. Apenas uma pequena parcela demonstra ter outros objetivos, por isso acredita que o conflito esteja somente na cabeça de quem o divulga.
Sobre o entrosamento da instituição, declara que vários indígenas servem ao Exército, inclusive oriundos de Uiramutã, e prevê o ingresso de outros a partir do trabalho da comissão volante para alistar os que queiram se alistar.
Para o general, as tentativas de inibir a construção do 6o Pelotão não modificam a determinação do governo brasileiro em manter suas fronteiras protegidas. "O Exército está construindo, vai concluir e já implantou parte do efetivo do 6o Pelotão para garantir as nossas fronteiras, cumprir o que determina a Constituição e é sua obrigação fazer. Se não fizesse isso, o Exército estaria deixando de cumprir sua missão constitucional", disse.
BENEFÍCIOS - O comandante da 1ª Brigada disse que quando um pelotão se instala, leva consigo toda a infra-estrutura básica. Na região de Uiramutã, atualmente já é feito atendimento de saúde, com médicos, dentistas e bioquímicos.
"Quando o pelotão se instalar definitivamente, haverá necessidade de construir uma pequena central hidrelétrica e ali tem potencial para isso. A estrada será melhorada porque o apoio logístico não pode ser apenas por via aérea. Como já vem fazendo, com certeza o programa Calha Norte continuará apoiando o desenvolvimento destas obras. Aqui temos em Pacaraima, Bonfim e Normandia exemplos recentes de comunidades beneficiadas com a instalação dos pelotões de fronteira", comentou.

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