Jornal Brasil Norte-Boa Vista-RR
07 de Fev de 2003
"Nós não vamos entregar o Estado de Roraima para falsos brasileiros que, a pretexto de falsas ideologias preservacionistas e montados em aleivosos projetos de preservação da cultura indígena, querem aqui montar uma base mercantilista cujo objetivo é descobrir e patentear nossas riquezas minerais".
O desabafo foi feito à coluna na manhã de ontem pelo presidente da Assembléia Legislativa, Mecias de Jesus. Ele deseja que a Amazônia deva sim ser preservada, que os índios não sofram processo de mutação em sua forma de vida, mas acha imprescindível atrair o mundo para dentro da Amazônia, dialogando com ele, mesmo que o diálogo seja áspero e desigual, dentro de uma receptividade que seja bom para todos. "O índio sempre desejou viver em paz com seus vizinhos não índios. Acontece que são vitimados pelo sanha capitalista daqueles que vêem a demarcação de suas terras como forma de manter guardado o nosso minério", diz Mecias.
O deputado aproveita a vinda de figurões do Ministério da Justiça e da Funai, para a assembléia anual de tuxauas de Roraima, que se inicia hoje, para protestar contra o governo federal que nem sempre dá atenção ao apelo da maioria que apela para uma solução rápida na questão indígena.
- A voz da região não é ouvida. Sua identidade é ignorada, assim como sua história, suas aspirações e até sua realidade física, geográfica, esmagada que tem sido por um típico modelo colonial. Como entender sua integração à comunidade nacional, tendo como marca maior a ignorância a que nos submetem?
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