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Integração depende da saída de madeireiros peruanos da região

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Nelson Liano Jr.
17 de Mar de 2004

Uma preocupação do governador Jorge Viana e dos parlamentares acreanos que o acompanharam à Ucayali foi a questão ambiental. Em todos os acordos de cooperação e de projetos que poderão ser realizados conjuntamente, a questão do meio ambiente e da preservação dos povos tradicionais era premissa fundamental.

No aeroporto internacional de Pucallpa, antes de regressar ao Brasil, Viana teve uma conversa com o presidente regional do Estado peruano, Edwin Vásques, sobre uma denúncia de exploração ilegal de madeira próxima ao rio Amônia, no território ashaninka, na fronteira entre os dois países.

"Esse assunto nós já tratamos durante o encontro com o Ministro das Relações Exteriores do Peru, Manuel Rodrigues Quadro, com o apoio de toda a bancada federal e estadual aqui presente, para dar uma solução ao problema", disse Jorge Viana.

O governador acreano explicou que por causa da presença de madeireiros ilegais naquela área foi enviado recentemente um grupo com 50 agentes da Polícia Federal, do Exército e da Polícia Militar. O objetivo foi reavivar os marcos fronteiriços na divisa Brasil-Peru e reprimir a ação dos invasores.

Segundo Jorge Viana as autoridades peruanas, inclusive o chanceler peruano, assumiram um compromisso de agir imediatamente, "para que a gente não tenha esse tipo de problema", afirmou. O governador pediu para que numa área de 50 km antes da divisa com o Brasil não haja nenhum tipo de exploração, "para que a gente tenha uma relação harmoniosa na fronteira", disse ele.

Viana fez questão de frisar, que esse é um passo importante para que a integração entre o Acre e Ucayali possa se concretizar. Ele comentou que o chanceler peruano deverá implementar a sugestão do governo do Acre de criar uma faixa de 50 km de proteção da fronteira que, inclusive, está prevista nas leis do Peru.

Presidente regional diz ter ficado surpreendido

Por outro lado, o presidente regional de Ucayali, Edwin Vásques, se disse surpreendido pela denúncia. "Nós não tínhamos conhecimento dessa situação. Mas com a informação do senhor Viana nós vamos imediatamente tomar medidas para não permitir esse tipo de trabalho e erradicá-lo totalmente," disse Edwin.

O governador ucayalino disse concordar com a criação de uma área de proteção florestal na fronteira entre os dois países. "Vamos manter essa política preservacionista para evitar qualquer problema futuro", afirmou. Ele garantiu que vai enviar ainda esta semana a Polícia do seu departamento e a Marinha peruana ao local para solucionar de vez a questão.

Edwin Vásques lamentou: "O problema são as pessoas que agem à margem da lei e nos causam esse tipo de problema. Mas nós vamos fazer cumprir a lei. Não vamos esperar um mês nem dois. Já esta semana vamos trabalhar essa questão", concluiu.

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