VOLTAR

Integração de Manaus amplia oferta no SIN

Valor Econômico, Empresas, p. B6
15 de Jul de 2013

Integração de Manaus amplia oferta no SIN

Por Do Rio

Três anos e meio após o leilão da linha de transmissão Tucuruí - Macapá - Manaus, de quase 2 mil quilômetros de extensão e R$ 3,5 bilhões de investimentos, a capital do Amazonas foi integrada na semana passada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A conexão está em caráter experimental, mas a operação comercial está prevista para ocorrer em breve, assim que forem concluídos os testes.
Para se ter uma ideia do impacto e da importância da ligação, uma demanda de quase 1 mil megawatts (MW) foi inserida no sistema. Em termos de geração, também foram conectadas à rede nacional a hidrelétrica de Balbina, de 250 MW, sete usinas a gás natural (778 MW) e um grupo de termelétricas a óleo combustível e diesel.
"É um marco muito importante na história do setor elétrico brasileiro. Uma região como a Amazônia entra no tempo do sistema interligado. Manaus agora está conectado com Porto Alegre", diz o diretor-executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), César de Barros Pinto.
"Este sistema [de Manaus] operava de forma isolada sendo que era altamente dependente de geração térmica, a gás natural e a óleo combustível. Com a integração ao SIN, torna-se possível reduzir gradativamente a dependência da geração térmica existente, elevando a confiabilidade no atendimento a esta área", conta o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em relatório.
A Amazonas Energia, distribuidora do grupo Eletrobras que atende o Estado, investiu R$ 572 milhões no sistema de Manaus para receber a energia do SIN.
Além da previsão de melhora na qualidade do abastecimento na região, a interligação trará um alívio ao bolso do consumidor de energia. O gasto com o combustível de geração de energia nos sistemas isolados, repartido por todos os consumidores do país, foi da ordem de R$ 4,7 bilhões em 2012, sendo a maior parte proveniente de Manaus.
Segundo o diretor de Geração de Transmissão e de Operação da Amazonas Energia, Tarcísio Rosa, a integração também permitirá desligar todas as térmicas a óleo combustível que suprem a capital do Estado, no total de 700 MW instalados. Esse volume equivale a 40% do parque gerador da cidade.
Essa geração térmica, no entanto, ficará disponível para ser acionada durante momentos críticos de baixo nível de acumulação de água nos reservatórios das hidrelétricas, como ocorreu entre o segundo semestre de 2012 e o início deste ano, e fornecer energia para o restante do Brasil.
A conexão do SIN com o Macapá ainda não está pronta. Segundo a espanhola Isolux Corsán, empresa responsável por dois dos três trechos do linhão Tucuruí-Macapá-Manaus, o ramal para a capital do Amapá está 70% concluído.
Segundo informações da Isolux, a empresa investiu cerca de R$ 2 bilhões na obra. Os dois trechos foram disponibilizados pela companhia ao ONS em 12 de junho. Desde então a empresa recebe a receita permitida pelo projeto, da ordem de R$ 12 milhões por mês.
O responsável pelo terceiro trecho do empreendimento é o consórcio Manaus Transmissora de Energia, formado por Abengoa (líder), Eletronorte, Chesf e FIPBE.
Com a integração de Manaus e Macapá, Boa Vista é a única capital de Estado brasileira em sistema isolado. Já existe projeto para construção da linha Manaus - Boa Vista, de 719 km, sendo feito pelo consórcio Transnorte Energia. (RP)

Valor Econômico, 15/07/2013, Empresas, p. B6

http://www.valor.com.br/empresas/3197698/integracao-de-manaus-amplia-of…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.