GM, Meio Ambiente, p. A10
28 de Jul de 2004
Iniciativa precisa de jovens cientistas
A continuidade das pesquisas em andamento é um dos grandes desafios que o LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia) terá de enfrentar daqui para a frente. A avaliação é do coordenador científico do projeto, pesquisador Carlos Nobre. Isso se dará principalmente pela manutenção de jovens cientistas na região. "O governo precisa investir mais em bolsas de pesquisa para profissionais que trabalham na Amazônia", ressalta.
Para Nobre, este estímulo é importante para que os estudos tenham "seqüência e conseqüência". "Caso contrário, muito do que o LBA fez pela Amazônia pode se dispersar", alerta.Ao final do LBA, em 2006, a região deverá contar com pelo menos 390 mestres e doutores especializados na temática da interação biosfera-atmosfera. Nunca um programa científico brasileiro formou tantos especialistas na mesma área: até agora, já foram 249 alunos de graduação, 195 mestres e 196 doutores pelo LBA.
Ao todo, estão envolvidos no projeto 1.698 pesquisadores, sendo 990 brasileiros e 708 estrangeiros, que trabalham em sete temas: química da atmosfera, armazenamento e trocas de carbono, dimensões humanas, mudanças dos usos da terra e vegetação, biogeoquímica, física do clima e hidrologia e química das águas.
A ênfase na formação de recursos humanos também foi reforçada pelo secretário de Políticas Estratégicas e de Desenvolvimento Científico do ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Cylon Gonçalves da Silva, ontem, na abertura da conferência. Ele destacou que "é preciso começar a construir as instituições que darão sustentação ao projeto" e que o primeiro passo é a "formação de cientistas qualificados". Esses profissionais serão importantes para ajudar a traduzir a imensa quantidade de dados que estão sendo coletados agora.
As pesquisas desenvolvidas pelo LBA já mostraram o papel dos aerossóis na absorção da radiação solar, o ciclo de nutrientes das plantas e a importância do vapor d'água na formação das chuvas.
GM, 28/07/2004, Meio Ambiente, p. A10
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