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23 de Mai de 2024
As roças da comunidade indígena Willimon, região Serras, município de Uiramutã, são apenas uma das plantações que estão enfrentando a infestação de lagartas, uma ameaça severa, que está deixando um rastro de destruição por onde passa.
As imagens, enviadas pelo coordenador regional, da região Serras, Amarildo Macuxi, mostram como as plantações nas roças estão sendo devoradas pelas lagartas.
"Essas são apenas de uma roça, aqui da comunidade Willimon, mas, a maioria das roças aqui da região estão sofrendo com essa situação. Na minha roça, não tem mais milho, nem feijão, elas destruíram tudo que foi plantado", desabafou Macuxi.
A situação que atinge diversas comunidades é resultado da forte seca e das grandes queimadas que ocorreram no estado, consequências também das mudanças climáticas, outro ponto que colabora para o problema, é o uso de agrotóxico na monocultura de milho, soja ou o próprio capim, plantados nas áreas limites com as terras indígenas, principalmente daquelas demarcadas em ilhas.
Conforme Giofan Erasmo, do povo Macuxi, engenheiro agrônomo, no Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do CIR, as pragas se dão por vários motivos, o uso excessivo de agrotóxico nas lavouras é um deles, fazendo com que as pragas busquem ambientes naturais, que ficam nas áreas indígenas ou seja nas roças.
"É uma série de fatores, que vêm desde as secas, queimadas, e a monocultura, pois os grandes produtores plantam e usam bastante agrotóxico, e dentro das terras indígenas não se usa agrotóxico, por isso o número de pragas nessas áreas é grandes", explicou Erasmo.
Para os moradores da comunidade, que dependem da agricultura para subsistência, a infestação representa não apenas uma perda econômica, mas também um impacto ao modo de vida tradicionalmente sustentável.
Ainda segundo Renan Oliveira, que também é engenheiro agrônomo no DGT, as queimadas nas matas e lavrados de Roraima, desencadeou desequilíbrio ecológico, causando ataques de pragas na agricultura, como é o caso das lagartas, por não terem inimigos naturais.
Renan, explicou que para ajudar as comunidades a enfrentar o problema, o Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA), do Conselho Indígena de Roraima (CIR), tem buscado buscou alternativas, uma delas é a aplicação do produto natural conhecido como "Extrato de Neem, de fácil acesso e uso.
O produto é de fácil acesso, mas, exige cuidados com uso de Equipamento Proteção Individual, como mascaras e luvas, e um recipiente adequado de 10 ou 15 litros para pulverizar o produto, mesmo sendo considerado um produto natural, tem suas toxinas por isso os cuidados, ressaltou Oliveira.
As recomendações técnicas para usar o "Extrato de Neem", será descrito na receita agronômica, onde vai constar a quantidade de produto, quantas vezes deve ser aplicado nas roças.
"Na descritiva vamos colocar os cuidados que os moradores devem ter, também vai ter a quantidade que deve ser aplicada, os horários e outras observações importantes", concluiu.
Extrado de Neem ou Óleo de Neem - É Conhecido como inseticida orgânico, usado em plantas para ajudar a combater pragas e fungos patogênicos.
https://cir.org.br/site/2024/05/23/infestacao-de-lagartas-ameaca-rocas-…
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