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Indústria florestal é o principal caminho para o desenvolvimento econômico sustentável na Amazônia

A Tribuna-Rio Branco-AC
23 de Out de 2002

Ao contrário do que se pensou para a Amazônia na década de 70, com a criação de uma zona franca industrial de eletroeletrônicos, hoje os especialistas em desenvolvimento sustentável asseguram que o grande impulsionador da economia para região está na área de incentivo às Indústrias Florestais.
Tanto é verdade que no próprio estado do Amazonas, onde teve início a mentalidade da industrialização na floresta, já está sendo criada a Zona Franca Verde, que consiste em promover industrias que trabalhem com os produtos da floresta.
Um dos principais defensores dessa tese na atual formação política no Acre é o deputado Estadual Ronald Polanco (PT). Ele participou intensamente do processo de criação do Pólo de Industrias Florestais em Xapuri e defende para os próximos quatro anos uma maior intensificação das ações do governo nesse setor.
Para ele é fundamental que a equipe da próxima gestão atue com mais intensidade na capacitação de mão de obra específica para a produção florestal, além de criar as condições necessárias para o surgimento de novas indústrias com os produtos madeireiros e não madeireiros.
Polanco tem certeza que o segredo para a geração de emprego, renda e o fortalecimento da economia do Acre está no campo da exploração das riquezas naturais da floresta de forma sustentável.
A Escola Florestal, na opinião da coordenadora do projeto, Karin Borges, está sendo um dos grandes pontos de partida para que o estado desperte para a utilização do potencial econômico natural que a floresta tem a nos oferecer. Segundo ela, estão faltando profissionais de qualidade no mercado.
"Hoje no Acre existem uma dezena de técnicos florestais de Manaus (AM) atuando nas industrias já em funcionamento. Foram formados na Escola Agrotécnica Federal de Manaus e estão aqui porque há uma demanda. Essa procura vai aumentar cada vez mais, por isso é preciso formais mais jovens", explica.
O curso de técnico Florestal surgiu a partir dessa necessidade colocada pela coordenadora da Escola da Floresta. "Queremos suprir a demanda não só dos projetos criados pelo governo mas principalmente do setor florestal como um todo, que hoje já aderiu a uma nova concepção de desenvolvimento sustentável para a Amazônia". Karin conta que as condições para a realização do projeto ainda não são as ideais, "mesmo assim fizemos o melhor trabalho possível".
Durante a primeira faze do curso, os alunos da primeira turma de técnicos florestais, que se formam esta semana, tiveram aulas diárias nos dois turnos. A maioria veio dos municípios. Eles ficaram alojados na própria escola.
Além da alimentação receberam uma bolsa Primeiro Emprego do Adjunto da Solidariedade, no valor de 90 reais. Mas tiveram que trabalhar muito para conseguir superar as dificuldades.
Em junho deste ano eles viajaram para Belém (PA) onde realizaram um curso de Manejo Florestal de Baixo Impacto, um curso voltado para a certificação florestal. As passagens e hospedagem foram patrocinadas pelo Ministério do Meio Ambiente da Holanda.
O curso é oferecido pela Fundação Floresta Tropical (FFT) e é uma referência em nível nacional e internacional. As imagens do curso e da participação dos alunos acreanos podem ser conferidas na internet pelo endereço www.fft.org.br.

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