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Industria apresenta sondagem sobre ambiente

GM, Saneamento & Meio Ambiente, p.A8
02 de Jun de 2004

Indústria apresenta sondagem sobre ambiente
Pesquisa da CNI levanta pontos de atrito entre empresas e órgãos públicos e mostra iniciativas em gestão e proteção. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aproveita a semana do meio ambiente para divulgar hoje, em Brasília, o documento Sondagem Especial, que traz um panorama do comportamento das empresas brasileiras frente às questões ambientais. O estudo aponta os principais problemas na relação entre as empresas e os órgãos públicos de gestão ambiental, e traz um perfil sobre os procedimentos de autogestão e investimentos em proteção e conservação dos recursos naturais.Foram ouvidas 1.007 pequenas e médias empresas e outras 211 grandes, em todo o Brasil. O último trabalho deste gênero foi feito pela CNI em 1998. De acordo com o documento, o excesso de tempo para análise e deliberação das licenças ambientais, os custos elevados do processo e o grande número de requisitos solicitados é o principal ponto de desgaste entre setor produtivo e os órgãos ambientais. A grande maioria das empresas consultadas que já requisitaram licenciamento ambiental (74,5% das grandes e 71,3% das pequenas e médias) enfrentou dificuldade para obtê-lo.
O Sudeste é região que enfrenta mais problemas na obtenção de licenças (78,3%), o que pode se justificar, segundo a CNI, pela existência de órgãos públicos de gestão ambiental mais bem estruturados e atuantes, conseqüentemente mais rígidos nas avaliações. As indústrias do Centro-Oeste são as que têm menos dificuldades (63,6%). Os setores que apontam mais obstáculos são borracha (88,2%), papel e papelão (81,5%) e minerais não-metálicos (78,4%). A indústria farmacêutica apresentou o menor percentual de empresas que identificaram problemas (44,4%), o que pode ser justificado pelo fato desse segmento já ter um percentual elevado de empresas com sistema de gestão ambiental implementado, como foi identificado na sondagem anterior.
No quesito relacionamento com os órgãos ambientais, 62,4% das empresas de grande porte responderam ter enfrentado algum problema. No caso das pequenas e médias, o percentual é menor, de 58,9%. O excesso de requisitos de regulamentação ambiental e o alto custo para o seu cumprimento foram apontados como os principais causadores do desgaste. Os setores de madeira (72,2%), química (70,3%) e minerais não-metálicos (70,1%) são os que apresentaram maior incidência de empresas que enfrentaram problemas no relacionamento com os órgãos ambientais. O setor farmacêutico aparece novamente identificado como o que apresenta o menor número de empresas com problemas (33,3%).
Gestão ambiental
Por outro lado, o documento aponta que cerca de 80% das empresas pesquisadas já realizam procedimentos de gestão ambiental, sendo que as indústrias de grande porte adotaram tais medidas em proporção maior do que as de pequeno e médio porte (87,7% e 72,2%, respectivamente). Os setores de bebidas (91,7%), farmacêutico (85,7%), química (84,7%), produtos alimentares (84,2%), minerais não-metálicos (82,5%), madeira (82,1%) e material de transporte (81%) destacaram-se como os que mais implementaram medidas gerenciais associadas à gestão ambiental.
A sondagem revelou ainda que, em média, 73% das indústrias destinaram recursos para proteção do meio ambiente em 2003. A região com melhor desempenho foi a Norte, com maior percentual de empresas que investiram em proteção ambiental (79,2%), principalmente em função do número significativo de indústria do setor de madeira, atividade que apresenta substanciais possibilidades de impacto ambiental. O previsto para 2004 é que a região permaneça como a que localiza o maior número relativo de empresas que investem em proteção ambiental.
Agenda 21 Empresarial
O presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, assinou ontem dois documentos ligados ao meio ambiente - uma declaração em que manifesta sua disposição em criar a Agenda 21 Empresarial e um protocolo de intenções para implementar ações voltadas à promoção do desenvolvimento regional sustentável. Durante a solenidade, que contou com a presença da ministra Marina Silva, Casseb informou mais de 40 atividades já estão sendo desenvolvidas em 450 municípios com Baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), propiciando retorno econômico e social, com ganho ambiental. Até o final de 2004, a meta é atingir 1.049 cidades.

GM, 02/06/2004, p. A8

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