Gazeta Mercantil-PA
07 de Mai de 2001
O exame laboratorial de 121 lâminas de sangue coletadas entre os Xikrin da Aldeia Djudjê-kô, na região da Serra dos Carajás, 44 acusaram malária dos tipos falciparum (30 casos) e vivax (14). A pesquisa foi feita na localidade Caldeirão, alto rio Itacaiúnas, cerca de 290 km de Marabá, por técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) entre os dias 5 e 6 de abril último, quando os servidores foram acionados às pressas para o local pelo chefe do posto da Funai, Raimundo Oliveira Cardoso e pela técnica de enfermagem Ivonete da Silva, ali destacados, e que fizeram a coleta das lâminas.
O Caldeirão é parte da reserva onde vários xicrins anualmente se concentram com suas famílias para dedicar-se à coleta de ouriços de castanha-do-pará e outros produtos. Já no final de março, de 25 indígenas ali encontrados e que permitiram o exame (cerca de 13 se recusaram), cinco estavam com falciparum e quatro com plasmodium vivax. Entre 11 e 18 de abril, das 61 lâminas colhidas, 18 estavam positivadas.
Esse índice de positividade, que chega a ser superior a 36%, foi considerado alto pela própria Funasa, cujos servidores foram notificados da necessidade de realizar-se borrifação nas aldeias do Cateté, onde aumentou em larga escala a quantidade do mosquito anofelino, transmissor da malária. Os doentes foram imediatamente atendidos com cloroquina, primaquina e outros medicamentos adequados, mas os técnicos da Funasa foram informados da dificuldade de continuidade do tratamento porque o índio acaba deixando de tomar o remédio a partir da terceira dose, em razão de efeitos colaterais como vômito, boca amarga, zumbido na audição.
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