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Índios voltam a invadir sede da Funai em Amambai

Midiamax News-Campo Grande -MS
Autor: Vilson Nascimento
02 de Nov de 2005

Fernanda Silveira, da Redação, e Vilson Nascimento, de Amambai

O prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Amambai, município a 340 quilômetros de Campo Grande, voltou a ser ocupado ontem por índios guarani-kaiowá. Mesmo lacrada, a sede do órgão foi invadida por indígenas da aldeia Limão Verde que alegaram descumprimento de acordo.

Na quinta-feira da semana passada, os índios desocuparam o prédio após 36 dias de invasão. Eles aceitaram deixar o local depois de negociação com o indigenista Cláudio Romero, de Brasília. Todavia, os manifestantes alegam que decidiram voltar a invadir o prédio pois a Funai não cumpriu o acordo de fornecer transporte até Brasília para 30 líderes do grupo manifestante.

As lideranças iriam para a capital federal com a finalidade de discutir a substituição do administrador regional, William Rodrigues. Outra promessa desrespeitada, segundo os índios, foi a de que o prédio permaneceria fechado até que o impasse fosse solucionado.

De acordo com os manifestantes, mesmo lacrada, a sede da Funai foi invadida na última segunda-feira por funcionários que romperam os lacres das portas e entraram no prédio para limpar o local. A iniciativa seria para retomar os trabalhos, paralisados há cerca de 40 dias.

Insatisfeitos com a ação dos funcionários do órgão, os índios resolveram voltar a ocupar o local. A Funai em Amambai atende 22 aldeias, com uma população estimada de 20 mil índios das etnias guarani-kaiowá e guarani-ñhandeva.

Grupos rivais

O cacique da aldeia Amambai, José Bino Martins, afirmou que grupos contrários aos manifestantes já se mobilizam para ir ao local e garantir o trabalho dos funcionários do órgão. "Temos tentado uma saída pacífica para o problema, mas como não surtiu efeito, os próprios índios querem tirar o grupo invasor à força", ressaltou.

Ele argumentou que devido à paralisação das atividades no órgão as comunidades indígenas ficaram sem atendimento. Martins disse que a retirada "à força" dos manifestantes deve ocorrer nesta quinta-feira pela manhã.

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