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Índios vivem de pires na mão

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
10 de Fev de 2006

Indígenas residentes em Manaus estão, desde ontem, expondo seu artesanato e culinária no evento "Mãos da Mata - Pú Kaa", na extensão da Praça da Saudade, localizada na avenida Epaminondas, Centro. A exposição que termina hoje, tem como objetivo garantir o aumento de renda dessas comunidades, que atualmente subsistem de atividades manuais.

Durante o preparatório para a exposição, os vendedores comentaram a respeito da situação social e econômica dos índios na área urbana. Em Manaus há mais de cinco anos, os indígenas ainda não foram absorvidos pelo mercado de trabalho. Tendo como principal conhecimento o artesanato, dezenas de famílias enfrentam dificuldades para comercializar seus produtos.

Devido a essa deficiência, o diretor da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (Semtra) e coordenador do evento, Abel Pechaça informou que a secretaria, em parceria com Organizações Não Governamentais (ONGs) e a Fundação dos Povos Indígenas (FEPI), realizaram o mapeamento das comunidades existentes na capital para apoiar seus trabalhos.

"Nós já vínhamos realizando esse tipo de feira na praça (da Saudade) e em outras localidades. Mas especificamente barracas com indígenas é a primeira vez. A idéia nasceu do intenso trabalho da Semtra em poder viabilizar uma melhor situação financeira para os índíos que moram na capital", explicou.

Nas 27 barracas dispostas na Praça da Saudade figuram indígenas das etnias Apurinã, Baniwa, Baré, Araposo, Desano, Kambeba, Morubo, Mura Mundurucu, Pira-Tapuya, Sateré-Mawé, Tariano, Tukano, Wanano, Wai-Wai e Wapixana, oriundas principalmente dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Maués e Barcelos.

A expositora da etnia Baré, Tarina (cujo nome civil é Maria Auxiliadora Garcia), 39, informou que está desde de 2002 na capital (ela morava no município de Maués) mas ainda não conseguiu se estabilizar financeiramente em nenhuma atividade comercial. Embora trabalhe na fabricação de jóias indígenas, a atividade não é suficiente para sustentar os cinco filhos, com idades entre três e 17 anos.

"O ganho com esse material é pequeno e não chega a R$ 300 por mês. Como não tenho marido, as vezes preciso ganhar dinheiro com outros trabalhos, como a venda de refeições. Não dá para depender só do artesanato", reclama Tarina. Ela reside no bairro Nova Cidade, zona Norte, em uma casa alugada.

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