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Índios vão para o norte avaliar área

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: DANIEL PETTENGILL
10 de Out de 2002

Três representantes da etnia seguem hoje para a região de Alta Floresta a fim de conhecer terras

Os índios terena realizaram diversos bloqueios na região sul do Estado, tentando obter área para viver

Depois de lutar durante três anos por terras no sul do Mato Grosso, o destino dos índios terena poderá ser o extremo Norte do Estado. Na manhã de hoje, três representantes da etnia seguem de avião na companhia de membros do Incra para áreas na região de Alta Floresta e Matupá.

Lá os indígenas verificam as terras oferecidas pelo Ministério da Justiça para o assentamento dos cerca de 300 terena, que esperam uma definição das autoridades provisoriamente em áreas próximas a Rondonópolis (218 quilômetros de Cuiabá).

Na primeira vez em que se cogitou a transferência dos índios para o Norte, a medida foi refutada pelas lideranças da etnia. Mas após inúmeros bloqueios de rodovia e negociações com Incra, Funai e Ministério da Justiça, a nova proposta pode estar mais próxima da aceitação dos índios. "A área é de boa qualidade e também é extensa, pode chegar até à 15 mil hectares", afirma o diretor da Funai em Rondonópolis, José Miranda.

Segundo ele, as áreas pertenciam originalmente ao Incra, foram repassadas à União, mas devem ser novamente devolvidas ao órgão para que seja feita a desapropriação. "Amanhã eles vão conferir de perto as terras e, se houver acordo, o ministro da Justiça se comprometeu a editar uma portaria em no máximo 5 dias e aí já estará tudo resolvido", comenta o diretor da Funai.

Desde 1997, os terenas recebem das autoridades promessas de assentamento. Em maio desse ano, a União comprometeu-se a adquirir e entregar a área, que engloba três propriedades, aos terenas.

As três propriedades, localizadas em Guiratinga e que abrangem uma área de 8 mil ha estariam avaliadas em R$ 10 milhões - R$ 3 milhões o governo pagaria em dinheiro e o restante utilizando Títulos de Dívida Agrária (TDAs).

Mas depois de muita discussão, ficou comprovado que esse dinheiro não poderia ser usado, pois os terena não são clientes da reforma agrária, segundo o Incra.

Os índios terena vivem em Rondonópolis desde os anos 80, após serem aos poucos expulsos de sua terra de origem, no Mato Grosso do Sul. Desde então tentam conseguir uma terra para viver.

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