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Índios vão a Brasília negociar

JC Net
Autor: Rita de Cássia Cornélio
03 de Jun de 2008

Avaí - Hoje, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, promete recepcionar 12 lideranças indígenas em seu escritório, em Brasília. A reunião agendada para as 15h tem por finalidade dizer não à transferência da Administração Executiva Regional (AER) de Bauru para o município de Itanhaém e indicar o nome do índio terena Dionísio Vargas para administrador.

Os índios das tribos tupi-guaranis e terenas de Avaí (39 quilômetros de Bauru) garantem que não abrem mão das reivindicações, mas estão dispostos a negociar. A direção da Funai de Bauru diz que mantém a transferência e transformará a AER de Bauru em um mero Núcleo de Apoio.

A novela sobre a mudança no status de Bauru e da indicação do novo administrador se arrasta por aproximadamente um ano. Em nome das reivindicações, os índios já promoveram diversos movimentos e por duas vezes mantiveram funcionários do órgão federal reféns na Reserva Indígena de Araribá, em Avaí.

Ontem, 12 lideranças indígenas (quatro caciques) partiram de Bauru rumo a Brasília para a reunião. A expectativa era de que a situação finalmente chegue ao fim. "Estamos aguardando a reunião com o presidente. Não vamos abrir mão das reivindicações porque julgamos que elas são corretas", explicou o cacique Anildo Lulu, integrante da comitiva.

"Não volto de mãos vazias"

Lulu partiu para a viagem até a Capital do País com o firme propósito de conseguir alcançar a meta. "Vamos conversar com o presidente sem diretores e assessores. Acreditamos que vamos resolver. Estamos dispostos a negociar, mas não abrir mão dos pedidos."

Para ele, o nome desejado pelos indígenas para assumir a administração do escritório de Bauru, Dionísio Vargas, é o mais indicado. "Primeiro porque ele é um terena e porque está preparado. É aposentado do Exército e pós-graduado em economia."

Para o índio terena e vereador de Avaí, Paulo Roberto Sebastião a situação está clara. "Nós não aceitamos o fechamento do escritório e queremos o Dionísio na direção dele."

Sebastião ressaltou que estava levando na bagagem um abaixo-assinado e uma proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Bauru. "Estive reunido com o presidente da OAB e fizemos um documento. Nele está proposta a criação de um núcleo em Itanhaém e outro no Rio de Janeiro e a permanência da unidade de Bauru."

Ele explica que o escritório de Bauru vai cuidar das causas do Interior, já que a maioria das tribos está aqui. "Em Itanhaém existem os xavantes, pagararu e funiô. Eles já têm um escritório deles."

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