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Índios terenas invadem prédio da Funai

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Silvia Frias
10 de Jun de 2003

Índios terenas de nove aldeias localizadas em Dois Irmãos do Buriti invadiram a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai/MS) ontem, reivindicando detalhamento da forma de repasse de recursos para a agricultura. Eles permanecem no local e ainda pedem o afastamento do presidente da Funai, Márcio Justino.
São 55 índios, representando as aldeias Água Azul, Olho d´Água, Buriti, Lagoinha, Córrego do Meio, Oliveira, Barreirinho, Tereré e Recanto. Eles chegaram no final da manhã, em ônibus de Dois Irmãos do Buriti, distante 98 quilômetros de Campo Grande. Segundo o cacique da Aldeia Água Azul, Jânio Reginaldo, foram plantados milho, arroz e mandioca. "As sementes estavam quase vencidas", reclamou. Além disso, também solicitam mais detalhes sobre o repasse de recursos para produção.
O chefe de patrimônio e meio ambiente da Funai, Danilo de Oliveira, explica que o órgão não tem recursos suficientes para as 33 aldeias, sendo que o mínimo seria de R$ 800 mil. Mesmo solicitando R$ 330 mil, o Governo federal informou que não teria condições de efetuar esse repasse. Jânio Reginaldo disse que foi enviado um documento para o presidente nacional da Funai, Eduardo de Almeida, com o pedido de recursos e do afastamento de Márcio Justino. Enquanto não houver resposta, os 55 índios terenas permanecem na sede da Funai, em Campo Grande.
Márcio Justino disse que, durante a reunião, ninguém citou a questão do detalhamento de recursos, mas apenas pediram óleo diesel, sementes e maquinário. O presidente da Funai alegou que o movimento "é direito deles, se for natural e não político". Sobre o pedido de afastamento, Justino acredita que em relação ao número de aldeias no Estado - 33 no total - tem mais representatividade que as nove aldeias.
Desde o dia 22 de fevereiro, 180 famílias ocuparam as áreas das fazendas São Sebastião e Buriti, que juntas somam 703,5 hectares. Na ocasião, foram expulsas 15 famílias, entre proprietários e colonos das fazendas Buriti, São Sebastião, Nossa Senhora e Sabiá, que atualmente estão em casa de amigos, parentes. Até agora, não existe parecer judicial definitivo sobre a propriedade das áreas.

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