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Índios tentam impugnar registro do futuro bairro

CB, Cidades, p. 30
17 de Out de 2008

Índios tentam impugnar registro do futuro bairro

Helena Mader
Da equipe do Correio

Os índios que vivem na área do futuro Setor Noroeste pediram a impugnação do registro da área em cartório feito pela Companhia Imobiliária de Brasília. No mês passado, a Terracap apresentou ao 2o Ofício de Registro de Imóveis a documentação das terras e solicitou ao cartório a liberação da escritura do lote para a construção do novo bairro. O caso será encaminhado à Vara de Registros Públicos e o juiz vai decidir se aceita o pedido feito pelos índios ou se rejeita a impugnação e registra as terras em nome da Terracap.

A polêmica em torno do Noroeste começou porque os 27 índios que vivem na área questionam a construção do bairro e se recusam a deixar o local. O GDF ofereceu três opções de terrenos para os indígenas, mas não houve acordo. Mesmo com o impasse, o governo conseguiu a liberação da licença ambiental de instalação graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público Federal.

O advogado que representa a comunidade indígena, George Peixoto, diz que vai contestar na Justiça a propriedade da terra. Para ele, a área é particular e não deve ser registrada em nome da Terracap. "Além de pedir a impugnação dos documentos do governo, também solicitamos o registro do terreno em nome de particulares. Temos uma escritura autenticada e vamos provar que a área não é do GDF", argumentou George.

Sem problemas
A Assessoria de Imprensa da Terracap disse que vai esperar uma comunicação do cartório sobre o pedido de impugnação para apresentar sua defesa. A empresa informou ainda que tem plena convicção de que é a proprietária das terras e que o questionamento não vai atrapalhar o projeto de construção do Setor Noroeste.

Não há prazo para que o juiz da Vara de Registros de Imóveis decida sobre o caso. Assim que tiver em mãos a escritura do lote, o governo poderá licitar as projeções para a construção dos prédios. O bairro será destinado à classe média alta de Brasília e terá 220 edifícios residenciais, além de 140 comerciais. O conceito é de um empreendimento ecologicamente correto, com aproveitamento das águas da chuva e utilização da luz solar.

Quando concluído, o setor vai abrigar 40 mil pessoas. A intenção do GDF é licitar, inicialmente, 55 projeções localizadas em uma área distante do local atualmente ocupado pelas comunidades indígenas. Posteriormente, a Terracap vai lançar concorrência pública para vender os outros terrenos.

CB, 17/10/2008, Cidades, p. 30

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