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Índios tapebas têm natal diferente

Diário do Nordeste
22 de Dez de 2006

Um casal paulistano realiza em comunidades um natal diferente. Os índios Tapebas foram beneficiados

Natal, miséria e vontade de ajudar. Na junção desses três ´ingredientes´, nasceu a iniciativa do casal de paulistanos Rone Faber, de 29 anos, e Josenilda Almeida, de 34. Eles reservaram um dia da viagem de férias a Fortaleza para presentear com cestas básicas, roupas, brinquedos e uma dose generosa de atenção os índios Tapebas, em Caucaia, ontem.

Conforme explica o coordenador da organização não-governamental (ONG) Fortaleza Solidária - que apresentou ao casal as dificuldades dos índios -, Orlando Rodrigues, 300 brinquedos, 150 cestas básicas e 80 sacolas de roupas foram distribuídas não só às 45 famílias Tapeba, mas também a 77 famílias de pescadores da Vila do Trem, em Itaitinga.

A ´mamãe noel´ Josenilda conta que na hora de escolher a cidade a ser contemplada pesa o nível de precariedade social nela existente, além do fato de se optar por comunidades menores. ´Nossas doações não ajudariam a contento grandes favelas. Gerariam muito tumulto´, justifica Josenilda, a escolha por Caucaia e Itaitinga.

Há oito anos, o casal escolhe uma região do Nordeste para ajudar. Eles já passaram pelos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte. Só o Ceará foi privilegiado com três visitas do casal, duas na região do Cariri e essa agora, em Fortaleza.

A idéia de se passarem por ´bons velhinhos´ surgiu logo que Josenilda voltou ao Ceará, aos 13 anos de idade, depois de deixar a terra natal aos dois. ´Vi tanta miséria quando cheguei. Naquele momento, prometi a mim mesma que faria alguma coisa pela minha região´.

Apesar de receber os presentes com alegria, a descendente Tapeba, Maria Juliana Teixeira da Silva, de 21 anos, diz que o sonho do filho Fábio da Silva Ferreira, de três, é o mesmo da família inteira: camas. Hoje, Juliana, o marido Flávio e os meninos Fábio e Everardo têm de dividir a mesma cama na apertada casa de um cômodo só. ´Se ganhássemos pelo menos uma (cama), já passaríamos melhor´, sonha Juliana.

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