Diário da Amazônia-Porto Velho-RO
18 de Fev de 2002
O estado de abandono em que se encontram e a ausência de apoio dos poderes públicos, são motivos de reclamações dos índios da etnia Suruue abitam o município de Cacoal. Um grupo de representantes das tribos, se reuniu com o vereador Toninho Masioli (PT), a quem pediu que interceda junto a Funai, em Brasília, e organismos locais, na tentiva de fazer com que sejam ouvidos. "Estamos sozinhos e abandonados", lamentou o índio Yabiti Surui. Sem a devida atenção nos campos de saúde e educação - além da precariedade das estradas de acesso às aldeias - os povos indígenas reclamam da falta de atenção das autoridades. É mais um alerta à classe política em relação à falta de qualidade de vida daqueles índios, que não têm acesso ao dinheiro proveniente das negociações de alguns caciques, junto às empresas de mineração e madeireiras. Em Cacoal, a Comunidade Amaral é uma das 8 aldeias da etnia Surui, que reúne aproximadamente 800 índios só nas proximidades da Linha 11. Masioli atendeu à solicitação do líder indígena Yabiti Surui e visitou a comunidade para tomar conhecimento dos problemas e buscar junto aos setores competentes, solução para as questões emergenciais da tribo. Para Yabiti Surui, o problema mais urgente de sua comunidade reside na área da Educação. Ele disse que 400 crianças de 8 aldeias podem ficar sem aulas em 2002. "O teste seletivo realizado pela Seduc para contratação de professores não deve ser feito neste ano", afirmou. O atraso nas decisões compromete o funcionamento das unidades de ensino destinadas ao índio, o que, para o líder Surui, representa descaso com seu povo.
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