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Índios soltam reféns se homologação cair

A Crítica-Manaus-AM
26 de Abr de 2005

Os índios ligados à Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima) que mantém quatro policiais federais reféns na comunidade Flechal, desde a última sexta-feira, decidiram radicalizar. Eles condicionam a libertação dos policiais à revogação, pelo Governo Federal, da portaria que homologou a reserva Raposa Serra do Sol em área contínua.
Os índios querem a homologação em ilhas, deixando fora da reserva áreas urbanas e propriedades rurais e comunidades de não-índios, especialmente de produtores de arroz. Antes, eles condicionavam a libertação dos reféns à visita do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na área. Ontem, os tuxauas (líderes) que receberam a reportagem mudaram o discurso.

O ex-comandante militar da Amazônia e atual presidente do Clube Militar, general da reserva Luiz Gonzaga Lessa, classificou de "absolutamente equivocada" a decisão do Governo brasileiro de homologar as terras da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Para o general, o Governo Federal teria uma idéia exata em relação ao que os índios realmente querem se fizesse um plebiscito, em vez de ouvir algumas lideranças e se deixar influenciar pela Igreja e ONGs internacionais. "Faça um plebiscito, ouça os cerca de 15 mil índios, atenda ao real desejo dos índios e aí, talvez, se consiga a paz", afirmou o general.

Segundo Lessa, para evitar atritos entre dois setores federais, com a homologação da área, o Governo "criou um muro de Berlim em plena região amazônica". Ele explicou que os índios macuxi não querem a demarcação em área contínua, assim como não querem ficar isolados pois já têm um nível de desenvolvimento. A criação da área, na opinião do general, significará o isolamento dos índios, que certamente passarão fome, apesar da enorme quantidade de hectares

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