VOLTAR

Índios recebem certificado de auxiliar de enfermagem

Midianews-Cuiabá-MT
12 de Dez de 2001

Mato Grosso está formando 117 índios no curso de auxiliar de enfermagem pelo projeto Xamã, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde. A iniciativa é considerada inédita no Brasil. Os índios vão atender uma média de 24 mil indígenas de 20 etnias em aldeias do Estado. A festa de formatura acontece nesta segunda-feira, dia 12, no Hotel Fazenda.

O ineditismo do curso consiste justamente na preocupação dos coordenadores de preparar os alunos para atuarem na área de saúde, mas a partir de um programa totalmente voltado para a realidade cultural em que estão inseridos. Mais do que contribuir para preservar a saúde nas aldeias, o Xamã tem a preocupação de preservar a cultura indígena.

O Projeto Xamã foi realizado com recursos Projeto de Desenvolvimento Agroambiental de Mato Grosso - Prodeagro (R$ 547.499,78) e da Fundação Nacional de Saúde (R$ 406.095,00), totalizando um investimento na ordem de R$ 953.594,78.

Os alunos receberam 840 horas/aula teóricas e 600 horas/aula práticas nas respectivas aldeias, acompanhados por um enfermeiro e coordenadas pela Escola Técnica de Saúde.

A primeira etapa do projeto começou em 1998, mas o programa foi estendido em mais três etapas (foram sete ao todo), devido à baixa escolaridade dos alunos. Para exercer a profissão de auxiliar de enfermagem o aluno precisa de noções básicas de matemática (o exercício da profissão exige a construção de gráficos, a medição de massa e volume, uso de operações básicas, entre outras); português (compreensão de texto e escrita); ciências sociais (a história de seu povo) e ciências naturais.

A complementação nas áreas de matemática, português, ciências naturais e sociais, em nível de Ensino Fundamental, foi realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, que também aplicou provas especiais de suplência para averiguar o nível dos alunos.

O projeto abrange as regiões de Barra do Garças (30 alunos - Xavante); Rondonópolis (23 alunos - Bakairi e Bororo); São Félix do Araguaia (19 alunos - Tapirapé e Karajá); Tangará da Serra (30 alunos - Arara, Cinta Larga, Irantxe, Hayabi, Nambikwara, Paresi, Rikbatsa e Umutina) e Xingu (17 alunos - Aweti, Cuicuro, Ikpeng, Juruna, Kalapalo, Kamayurá, Kayabi, Matipu, Meinaco, Nafúquá, Suiá, Trumai, Yawalapiti, Waurá).

O auxiliar de enfermagem indígena não substitui os outros profissionais da área, necessários ao atendimento nas aldeias. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) continua mantendo um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e um dentista nos distritos (cada distrito reúne mais de uma aldeia).

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.