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Índios querem criação do Estado do Tapajós

A Crítica-Manaus-AM
03 de Jan de 2002

Se depender da vontade dos 6 mil índios das tribos Munduruku, Maytapu, Cara Preta, Tupinambá e Arapiun, que vivem entre os rios Tapajós e Arapiuns, no oeste do Pará, o Estado será dividido para a criação do Estado do Tapajós, cuja capital ficaria em Santarém. A decisão dos índios foi tomada durante plebiscito realizado nas aldeias nos últimos dias.

Para o Grupo Consciência Indígena (CGI), que promoveu a consulta, a posição dos índios do oeste paraense diverge da postura adotada pelos índios do Estado do Amazonas, que são contrários à criação de três territórios. Os caciques da nação Munduruku entendem que, com o Estado do Tapajós, as reivindicações nas áreas de saneamento, educação e saúde poderão ser mais facilmente atendidas, o que não ocorre hoje.

"A grande distância do poder central, em Belém, distante mais de 2 mil quilômetros das aldeias do oeste paraense, impede que seus anseios por melhores condições de vida se transformem em realidade", argumenta o frei Florêncio Vaz, um sociólogo que vive há mais de 20 anos na região e foi um dos criadores do CGI.

A entidade que ele representa realiza um trabalho de formação política de líderes, revalorização cultural e também de mobilização pela demarcação das terras indígenas. Ele acredita que, com o novo Estado e a capital em Santarém, os índios estarão mais "próximos do poder".

Vaz vê diferença entre a proposta de criação do Estado do Tapajós e dos territórios no Amazonas. A redivisão do Amazonas, diz ele, não significará nenhuma vantagem para os índios, uma vez que eles sempre foram marginalizados, sejam das discussões ou benefícios. No Pará, porém, os índios são mais organizados e têm maior "poder de pressão" junto aos governantes.

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