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Índios protestam em barragem no Vale

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: NILSON COELHO
07 de Mar de 2005

Parte do elevador e gerador de energia elétrica foram jogados dentro do fosso em José Boiteux

Acampados na Barragem Norte, em José Boiteux, no Vale do Itajaí, desde segunda-feira passada, quando expulsaram o único vigia existente no local, os índios xokleng cumpriram com a anunciada depredação.

Eles jogaram parte do elevador e o gerador de energia de emergência dentro do fosso que abriga as comportas da barragem.

A ação foi sábado à tarde e deixou clara a fragilidade da segurança do local. Apenas um vigia mantido pelo governo federal é quem guarda a estrutura, uma das mais importantes obras de contenção de cheias no Vale do Itajaí.

O total dos prejuízos ainda não foi calculado. Os índios protestam contra o não cumprimento do protocolo firmado em 1992, que prevê a construção de duas pontes e indenizações aos proprietários das terras inundadas. O processo de demarcação das terras envolvidas aguarda documentos para ter seqüência

O gerente de obras hidráulicas do Departamento Estadual de Infra-Estrutura (Deinfra), Milton Santana, disse que o gerador de energia elétrica de emergência que foi lançado fosso abaixocusta cerca de R$ 20 mil.

Responsável pela manutenção da barragem, Santana, lamenta a atitude dos índios.

- Estou chocado. Nós sempre tivemos uma ótima relação com eles (índios).

Para ele, existe uma fragilidade na segurança da barragem. - O governo federal mantém, através de serviços terceirizados, somente um vigia armado 24 horas no local. Não foi suficiente para impedir os 300 índios de invadirem a barragem- disse. Além de outras exigências, os índios querem o reconhecimento de posse de 37 mil hectares de terra, ao invés dos atuais 14 mil. A construção de uma ponte também é essencial para os índios, já que no período de cheias eles precisam vencer 20 quilômetros para atingir a outra margem do rio.

A morte por afogamento de mais um indígena tentando cruzar o rio foi a causa da revolta.

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