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Indios preparam o solo com queimadas

Gazeta de Cuiabá-MT
12 de Jun de 2002

O monitoramento contínuo nas áreas indígenas mostrou que o uso do fogo é ininterrupto e está associado às técnicas tradicionais de preparo de solo agrícola e de caça, razão pela qual podem ocorrer também fora da época seca. Segundo documento de análise da Embrapa contendo o balanço das queimadas de 2001, entre os meses de junho e novembro foram 5.596 focos em unidades de conservação e áreas indígenas, correspondendo a 4,3% do total detectado no Brasil, no período. Destas, 3.960 queimadas aconteceram em áreas indígenas, apenas nos estados do Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins.

Conforme o documento, feito por Evaristo Eduardo de Miranda, Eduardo Caputi e Alejandro Dorado, "muitos estudiosos acreditam que a extensão atual dos cerrados é muito superior ao que deveria ser sua área natural. O uso do fogo pelas populações indígenas explicaria a redução das áreas florestais frente aos cerrados, num processo milenar conhecido como savanização".

O mesmo vem acontecendo na Chapada dos Parecis, onde, do início de abril e esta primeira semana de junho, já foram registrados 42 focos de fogo. No total, neste ano, os satélites já detectaram 455 focos em 43 áreas indígenas de Roraima, Mato Grosso, Amazonas, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Rondônia e Maranhão.

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