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Índios pedem socorro

Amazonas Em Tempo
01 de Jul de 2006

A falta de entendimento entre a atual administração da Casa do Índio (Casai) e 74 funcionários da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto de Desenvolvimento e Atividade Sustentável e Pesquisa (Indasp) - responsável pela assistência técnica do órgão - está deixando os 150 indígenas abrigados na instituição ainda mais doentes. Os índios, que vêm de lugares distantes para ser tratados na capital, não conseguem atendimento, devido à desorganização administrativa.

Segundo o diretor regional da fundação, Francisco Aires, a desorganização na Casai sempre foi motivo de reclamação dos indígenas à Funasa, mas o atraso no repasse dos convênios pela superintendência do órgão, em Brasília, atrasou o pagamento de 74 funcionários da Indasp, órgão que presta serviços técnicos à Casai. O atraso já soma 90 dias e motivou a paralisação das atividades dos funcionários, prejudicando o atendimento aos indígenas.

As maiores vítimas do impasse sãos os índios. Sem saber falar o português fluentemente, o índio da tribo Makuxi, Edson Tavares, 38, afirmou estar nervoso com a situação do filho. Ismael de Souza, 2, está com um enorme inchaço na coxa direita e precisa ser operado com urgência. Edson disse que a criança deveria ter sofrido a intervenção cirúrgica no dia 27 de maio no Hospital Getúlio Vargas, mas não foi feita. Meu filho já deveria ter sido operado, mas ele não foi. Estou preocupado porque não sei o que fazer”, disse.

Antônio Pereira, 53, da etnia Mura, disse que já deveria ter ido ao ortopedista para fazer uma avaliação da cirurgia que fez no braço direito. Estou preocupado, pois já deveria ter feito exames para saber como está meu braço após a cirurgia, mas ainda não consegui”, desabafou.

Ontem, o jovem Elias Santos, 22, também da etnia Mura, perdeu uma consulta médica devido à falta de organização dos funcionários da Casai.

Indignação

A assistente social Andréia Madeira, 40, afastada da Casai por determinação da direção da Funasa, disse que os funcionários estão indignados com o atraso do pagamento. Outro motivo da revolta é a contratação de funcionários julgados não habilitados para atender os índios, além de uma empresa terceirizada para transportar os doentes da Casai às unidades médicas.

Como a Funasa tem dinheiro para contratar uma empresa para transportar os doentes e novos funcionários se não tem para nos pagar, visto que a Casai tem motoristas e estão impossibilitados de dirigir por determinação da direção da Funasa?”, questionou Andréia Madeira.

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