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Índios pedem ajuda na briga por terras

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
15 de Fev de 2003

Lula recebe pataxós. Disputa na Bahia dura 20 anos

Há mais de 20 anos brigando na Justiça pela posse de terras no Sul da Bahia, índios pataxó hã-hã-hãe estiveram ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir que ele interceda junto ao Supremo Tribunal Federal. Eles querem o julgamento da ação para anular títulos concedidos a fazendeiros, na região, pelo governo estadual.
O grupo, de aproximadamente 50 índios, também entregou a Lula um livro - lançado pela Fundação Nacional do Índio em dezembro do ano passado - sobre a história da luta pelas terras na Bahia. Da audiência participaram também o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e o ministro do Trabalho, Jaques Wagner.

- Não se justifica um processo de 20 anos. As terras são demarcadas, já ficou provado que são terras indígenas - lamenta o cacique Gerson Pataxó, que liderou a visita ao presidente.

Segundo o cacique, a área dos hã-hã-hãe é de 54 mil hectares, que abrangem os municípios de Pau-Brasil, Camacã e Itaju da Colônia. Desde a década de 1960, no entanto, a região começou a ser ocupada por fazendeiros - hoje são quase 400 - e a área onde vivem os 3 mil índios pataxós foi reduzida a 8 mil hectares.

As terras foram demarcadas em 1936, quando ficaram definidos os 54,1 mil hectares aos pataxós hã-hã-hãe. Sucessivos governos do Estado da Bahia, porém, concederam títulos de propriedade a fazendeiros e cacaueiros. No esforço de retomar as terras, os índios iniciaram um processo de reocupação da área, mas desde então têm sido violentamente repelidos. Desde 1982, pelo menos 16 pataxós foram assassinados por pistoleiros contratados pelos fazendeiros.

- Hoje, convivemos com pistoleiros que cercam nossas terras - diz Gerson Pataxó.

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