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Indios Pataxó ocupam fazendas sem encontrar resistência no sul

Correio da Bahia-Salvador-BA
20 de Jun de 2001

Os índios da tribo Pataxó Hã-hã-hãe, com apoio de lideranças comunitárias, estão retomando as terras exploradas por fazendeiros no território tradicional indígena no extremo-sul da Bahia. Até agora foram sete áreas ocupadas na região. Só que dessa vez as ocupações são feitas sem as ameaças de capangas e da polícia. A retomada mais recente aconteceu na manhã da última segunda-feira, quando os índios ocuparam a fazenda Monte Alegre, de 160 hectares, no município de Camacan. Com uma sede e outras sete casas, a fazenda Monte Alegre, que estava em poder de Hortêncio José de Carvalho, tinha como principal base de produção o cacau. A área, bem como as outras fazendas que foram ocupadas ao longo deste mês, faz parte de uma lista de 41 fazendas, cujos levantamentos fundiários foram concluídos pela Funai. O coordenador da equipe do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Itabuna, Antonio Eduardo Cerqueira, explicou que o compromisso da Funai, garantindo aos fazendeiros indenizações pelas benfeitorias nas terras, está contribuindo para as ocupações pacíficas. Com a promessa, assinala o representante do Cimi, os fazendeiros estão deixando as terras sem resistir. A próxima providência da Funai deverá proceder com o pagamento das indenizações pelas benfeitorias construídas de "boa-fé". Uma equipe da Funai de Brasília estava sendo aguardada ontem pelas lideranças indígenas da região, para, junto com a Procuradoria Geral da República de Ilhéus, agilizar o pagamento das indenizações das benfeitorias já relacionadas pelo órgão indigenista oficial. As sete fazendas ocupadas desde o início do mês totalizam 850 hectares, distribuídos para 80 famílias que prometem continuar realizando as retomadas de fazendas em território indígena. As áreas ocupadas até o momento estão localizadas nos municípios de Camacã e Pau Brasil. O coordenador da equipe do Cimi em Itabuna, informou também que a situação no momento é tranqüila graças à ação rápida dos índios que acionaram a Procuradoria da República de Ilhéus e a Polícia Federal, que tomaram medidas cabíveis de proteção aos índios, coibindo possíveis ações de violência.

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