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17 de Jun de 2010
Uma comitiva formada por lideranças da aldeia Monte Alegre, ligadas à etnia Xukuru-Kariri, de Palmeira dos Índios - distante 136 km de Maceió - ocuparam, na tarde desta quinta-feira, as dependências da Fundação Nacional do Índio (Funai), no Centro de Maceió. Os indígenas trouxeram o apelo da comunidade no que diz respeito à reativação dos serviços básicos de saúde que teriam sido interrompidos pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que, segundo o movimento, alega o não reconhecimento da comunidade pelo poder público federal.
De acordo com o cacique Chiquinho, a aldeia Monte Alegre é a oitava da etnia Xukuru-Kariri na região, 'fruto da retomada de terras pelos indígenas, ao longo do ano dois mil e oito, por índios que viviam na periferia de Palmeira dos Índios'. Atualmente, cerca de 300 índios ocupam as terras do ex-vereador Val Basílio - indiciado na Operação Carranca, da Polícia Federal, que investigou esquema de desvio de recursos públicos -, aguardando a regularização da área, em processo que tramita na Justiça local e na Funai.
Chefes de tribos dizem que índio vive sem dignidade (Foto: Dulce Melo)
O cacique explica ainda que uma série de audiências já foi realizada entre os representantes do ex-vereador e o orgão federal de proteção ao índio. Ele argumenta que, apesar da suposta disponibilidade da família Basílio em ceder as terras em definitivo para os índios, a mesma teria recusado a oferta de R$ 97 mil feita pela Funai, conforme valor obtido após levantamento fundiário. Segundo os índios, a família afirma negociar a área apenas por R$ 400 mil.
A tribo solicitou também do Ministério Público Federal (MPF) a elaboração de um relatório antropológico para reconhecimento da comunidade. Cacique Chiquinho recorda que, há cerca de um mês, o antropólogo Ivan Soares esteve na aldeia para fazer a observação 'in loco' da situação dos indígenas.
Além do cotidiano místico-religioso e das 26 casas lá construídas, há ainda a produção de banana, milho, feijão, macaxeira e arroz em roças familiares e comunais. A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) promove mais de um projeto sócio-cultural na comunidade, nas áreas de psicologia, comunicação e serviço social. "A Funasa já esteve lá e vacinou todo mundo contra a gripe A. Agora, sem mais nem menos, eles interromperam o atendimento. Temos muitas crianças que precisam dessa assistência", alertou o cacique Chiquinho, acrescentando que os indígenas somente deixarão a sede da Funai quando obtiverem uma resposta concreta acerca das reivindicações do grupo.
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