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Índios não vêm para Morro Grande

A Tribuna
19 de Out de 2007

O grupo de 50 índios guaranis que hoje vivem às margens da BR-101, no quilômetro 4, na localidade de Campo Bonito, em Torres (RS), na divisa com Santa Catarina, não devem mais vir para Morro Grande, como pretendia a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os próprios índios. Problemas na documentação da área que seria adquirida para criar a reserva no Sul Catarinense impediram que o processo seguisse adiante e que a negociação fosse concluída. A Funai encontrou um terreno no Rio Grande do Sul, próximo de onde hoje a aldeia está instalada, para assentar os guaranis.

Em outros terrenos, alguns deles também no Extremo Sul catarinense, a compra não foi concluída porque não houve acordo entre os proprietários e a Funai quanto à avaliação do preço das áreas realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pela Eletrosul (ambos ajudam a Funai nessas avaliações).

De olho em outras terras

No entanto, a possibilidade de aquisição de áreas em territórios catarinenses continua sob o olhar atento dos índios e da Funai. Segundo o indigenista Francisco Witt, da Funai do Rio Grande do Sul, existe interesse em terras de Santa Catarina, principalmente em áreas naturais como as que existem em Morro Grande. "Na faixa de domínio da BR-101 temos apenas o grupo de Torres, mas há outras aldeias que pretendermos assentar em áreas a serem adquiridas no futuro", diz.

Guaranis vão ficar em área próxima à Torres, no Rio Grande do Sul

O assentamento dos índios que vivem às margens da BR-101, em Torres, em um novo local ainda não tem data para acontecer, mas os trâmites legais estão praticamente concluídos entre a Funai e o dono do terreno. A área em negociação fica em território gaúcho, na mesma localidade de Campo Bonito, distante a apenas 3,5 quilômetros de onde hoje está a comunidade indígena. "É um local próximo da área que eles vivem hoje e de fácil localização para a compra de produtos artesanais. Desta forma, aquelas pessoas que estão acostumadas a comprar os trabalhos poderão facilmente encontrá-los", diz.

O terreno de 95 hectares vai oferecer condições para a sustentação econômica dos índios e o contato com a natureza. Segundo Witt, por tratar-se de uma área contínua, próxima à BR-101, o preço por hectare está avaliado em R$ 10 mil, em média. A Funai levou quase dois anos para encontrar uma área que pudesse assentar os guaranis. "Não basta apenas o interesse da Funai e do dono da terra, uma série de questões burocráticas são observadas antes da conclusão da venda e compra", informa

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