Índios não ganham prazo para sair da fazenda Petrópolis

Sem acordo entre as lideranças indígenas da etnia Terena e representantes da fazenda Petrópolis, o juiz Pedro Pereira dos Santos apenas manteve a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendeu processo de demarcação da fazenda e determinou que a propriedade do ex-governador Pedro Pedrossian seja desocupada. A audiência aconteceu na tarde desta sexta-feira, na Justiça federal, em Campo Grande.

De acordo com a advogada da União Érika Swami Fernandes, o magistrado marcou a audiência para explicar a decisão às lideranças. Os índios tentaram, sem sucesso, sensibilizar os representantes da família Pedrossian para que aguardassem a colheita de milho, feijão, abóbora e mandiocal.

"Esta audiência é para buscar uma desocupação pacífica da área, uma vez que a desocupação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal cabendo simplesmente dar cumprimento a ordem", disse Pedro Pereira dos Santos.

Na véspera de completar 56 anos, uma mulher chegou a chorar ao falar da dificuldade de criar filhos e netos sem ter terra. "O índio não tem mais espaço de moradia. Não tem lugar. Se eu fosse branca, ia morar no prédio, no alto, e ia brincar em baixo, com os netos", disse.

Para os representantes da Petrópolis, os índios semearam a terra após ter conhecimento da liminar. A defesa dos índios diz que o plantio ocorreu em dezembro, antes da decisão.

A advogada da União Érika Swami Fernandes acredita que a audiência será válida porque o Supremo deverá pedir informações ao juiz e ele poderá relatar os reclames dos índios.

Nos 2.648 hectares da aldeia Cachoeirinha moram 6.000 índios. Eles ocupam a fazenda Petrópolis há seis meses.

http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=286326