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Índios mura discutem proposta de curso para o nível superior

A Crítica-Manaus-AM
Autor: Luiz Vasconcelos
26 de Jan de 2006

A organização de uma agenda com professores e lideranças indígenas gerou um diagnóstico da realidade escolar mura

A elaboração de um projeto para discutir a criação de um curso de Licenciatura Específica para os índios mura, no município de Autazes (a 107 quilômetros de Manaus) onde vive a maioria desse povo, num trabalho conjunto entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Organização dos Professores Indígenas Mura (Opim), marca o início do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind).

Inédito no Brasil, o programa, que prevê uma tripla parceria entre a universidade federal, os povos indígenas e o Ministério da Educação, terá recursos para realização de seminários nas aldeias e uma pesquisa histórica sobre esse povo, que não tem mais qualquer registro da língua nativa, informa a coordenadora, professora doutora da Ufam, Rosa Helena Dias da Silva.

Os mura foram escolhidos, segundo ela, porque os professores dessa etnia formaram-se em magistério pela Faculdade de Educação (Faced), da Universidade Federal, num projeto coordenado pelas secretarias estadual de Educação e municipal de Educação de Autazes e Opim. Além disso, é um povo organizado, que tem essa clareza da necessidade de articulação de um projeto de universidade para crianças no futuro.

Com a preocupação de construir um processo reconhecido e que tenha respeitabilidade tanto da academia quanto do povo mura, Rosa Helena espera, com esse projeto, dar condições para que as escolas Mura, através do trabalho educativo integrado - dos professores e comunidades - tenham acesso aos saberes científicos historicamente construídos pela humanidade.

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