VOLTAR

Índios Kaxarari pedem socorro

A Tribuna-Rio Branco-AC
Autor: Marta Alves
28 de Set de 2003

ÍA aldeia Kaxarari, na divisa entre os estados de Rondônia e Amazonas, enfrenta problemas com a malária e falta de recursos para educação, saúde e incentivos à produção. Os agentes de saúde (índios da comunidade treinados para dar assistência) não recebem salário desde o início do ano, faltam medicamentos e verba para reforma do posto de saúde e da escola.

Zenon Lopes, administrador do Convênio UNI(Ong União das Nações Indígenas do Acre e Sul do Amazonas)-FUNASA (Fundação Nacional da Saúde), afirma que ocorreu atraso na liberação da verba por entraves na prestação de contas. No SISCON, novo sistema de prestação de contas de convênio, há limites para gastos e necessidade de notas fiscais dos fornecedores. O dinheiro saiu dia 25.

O cacique Alberto César, 54, conta que Kaxarari é nome atribuído pelos brancos, a autodenominação é Runí-cuní e a língua pertence à família lingüística Pano. "Queremos resgatar as danças e a língua. Velho que morreu há três anos nunca viu a dança, mas guardou as histórias".

Em 1924, uma epidemia de sarampo dizimou grande parte da população, em 1957-58 eram 13 famílias. Hoje são cerca de 400 pessoas divididos em 4 comunidades: Pedreira, Paxiúba, Barrinha e Marmelinho, que ocupam uma área de 145 mil hectares demarcados em 1987.

Em 1988, a empresa Mendes Jr. começou a explorar a pedreira da reserva. Algumas famílias se mudaram para o local e com o apoio da FUNAI, UNI e CIMI conseguiram a saída da empresa da área. Mas começaram os casos de malária e tuberculose e neste período morreram 18 pessoas.

O projeto de mudança não encontrou apoio e a comunidade da Pedreira está pensando em permanecer, estão elaborando um projeto para construção de novas casas com a madeira derrubada nos roçados.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.