VOLTAR

Índios itinerantes no Fome Zero

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
Autor: Márcia Bauer
29 de Jul de 2003

Os grupos que se concentram na Rua dos Andradas também deverão ser incluídos no programa

Os grupos de índias que se concentram diariamente na Rua dos Andradas, na área central de Porto Alegre, também serão incluídos no cadastramento feito pela prefeitura da Capital para que recebam o cartão do programa Fome Zero do governo federal. Segundo a coordenadora de Direitos Humanos da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos, Márcia Bauer, o repasse de alimentos já foi providenciado para pelo menos 300 famílias de caingangues e guaranis, que vivem em área próxima à Lomba do Pinheiro, na zona Leste. 'As que estão no Centro não integram esses grupos e, por serem guaranis, mantêm a tradição de viverem como itinerantes nas ruas e nas beiras de estrada, o que causa maior dificuldade de envolvê-las com o poder público', apontou.

De acordo com levantamento prévio da secretaria, a maioria das mulheres índias que vive da mendicância no Centro da Capital vem do Interior e de outras reservas do Rio Grande do Sul, como a Canta Galo, localizada em Viamão. 'Por isso, iremos cadastrá-las mesmo que não vivam em Porto Alegre', afirma a coordenadora. No entanto, ela salienta que o levantamento das famílias será feito após o cadastramento das que são atendidas pelo município.

Enquanto não recebem os cartões do Fome Zero, as 300 famílias indígenas já beneficiadas por programas sociais da Prefeitura de Porto Alegre, que vivem exclusivamente da comercialização do artesanato que produzem, vêm recebendo cestas básicas mensalmente. Apesar da inclusão no programa federal ter sido feita no início do mês, a coordenadora da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos lembra que o cadastro só será entregue ao Ministério da Segurança Alimentar no final de agosto. Somente depois deste processo é que elas terão direito ao repasse de R$ 50,00.

O pedido de atenção aos povos indígenas foi reforçado em junho, com a realização do seminário nacional 'Por uma política de acesso à justiça', que reuniu organizações não-governamentais de todo o país. O evento solicitou providências para o combate ao abandono e desrespeito das famílias indígenas que vivem em Porto Alegre e em outras capitais brasileiras. O assunto voltará a ser debatido no encontro previsto para o mês de setembro do Conselho Estadual de Povos Indígenas.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.