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Índios guaranis querem escola

JT, Cidade, p.A6
05 de Ago de 2004

Índios guaranis querem escola
Cem famílias de índios vivem numa favela sem infra-estrutura. Tudo falta, até moradias adequadas

No meio das casas e prédios de Pirituba existe uma aldeia que foi iniciada na década de 1960: a Jaraguá Ytu (Jaraguá em guarani significa "por onde a gente passou" e Ytu quer dizer "cachoeira"). Nessa tribo vivem cerca de 100 famílias de índios guaranis.
Apesar de ser uma comunidade antiga, eles enfrentam muitos problemas como falta de saneamento básico, atendimento médico e moradias adequadas (eles vivem como favelados em casas de madeirite). Mas a maior das reclamações dos índios é a falta de estudo para os filhos.
Além do recém-inaugurado Centro de Educação e Cultura Indígena (Ceci), que dá aulas para 70 crianças de 4 a 6 anos, os índios contam apenas com Escola Estadual Indígena Djekupe Arandy, que oferece aulas da 1ª à 4ª série do ensino fundamental. Depois de receberem o diploma do ciclo I do ensino fundamental, o destino das crianças é um só: parar de estudar. "Eles preferem ficar em casa a estudar nas escolas convencionais. A discriminação é grande", disse o diretor Moacir Martin. No começo do ano, a direção da escola levou um projeto para a Secretaria Estadual de Educação estender o ensino na escola até a 8ª série. Mas ainda não houve resposta.
Como estão acostumados a estudar apenas com índios e serem ensinados por professores no idioma guarani, de seus antepassados, Martin repara que as crianças estranham freqüentar outras escolas. "Nossos professores para elas estudarem aqui estão acabando."
A secretaria, porém, informou que não recebeu nenhum projeto e disse que a continuidade do processo de formação dos professores está em fase de estudos junto com a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo USP, que é quem capacita os profissionais. Além disso, a Secretaria afirmou que vem desenvolvendo com os professores indígenas um programa de educação continuada, organizado em quatro módulos.
O primeiro, de projeto pedagógico, já foi realizado. O segundo será sobre a avaliação, o terceiro sobre alfabetização bilíngüe e reorganização/reformulação do projeto, caso seja necessário.

JT, 05/08/2004, p. A6.

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