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Índios Guarani-Kaiowá foram despejados e estão à beira da estrada

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Alessandra Bastos
15 de Dez de 2005

A chuva que ameaça cair nas terras Nhande Ru Marangatu, a cerca de 340 quilômetros de Campo Grande, piora ainda mais a situação dos índios que estão à beira da estrada após a reintegração de posse executada hoje (15) pela Polícia Federal. A Funai tenta alugar uma fazenda para abrigar os mais de 700 índios, mas ainda não conseguiu resolver a situação.

"Não temos mais lona, não temos mais nada. Vamos passar a noite na beira da estrada. A Funai não conseguiu nada. O que eles podem conseguir? O que a gente vai fazer, não sabemos. Já foi feito. Estamos sem casa", fala, com a voz embargada, a professora guarani Leia Aquino Prado, uma das principais lideranças da etnia. "Agora a gente não tem mais nada e não tem como fazer mais nada."

A Operação Marangatu 3, como foi chamada pela Polícia Federal, teve seu início às 5 horas da manhã de hoje (15), quando foram reunidos mais de 80 policiais em Dourados, para traçar estratégias e distribuição de escudos, coletes a prova de balas, armamentos e munições dissuasórias, antimotim e de efeito moral.

As equipes se deslocaram para Ponta Porã e Antônio João, onde mais 70 policiais militares aumentaram o efetivo. Uma aeronave, viatudas da PF, um caminhão, dois ônibus e duas âmbulâncias do Corpo de Bombeiros foram usados na operação.

Segundo relatos do assessor da presidncia da Funai, Odenir Oliveira, a desocupação das três fazendas que compunham as terras indígenas foi feita sem violência ou resistência dos índios. Depois a liderança Leia Aquino Prado denunciou a queima de casas pelos proprietários antes mesmo da ação de desocupação da Polícia Federal.

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