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Índios fazem 22 reféns em MT e MS

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: HUDSON CORRÊA
04 de Set de 2003

Ações são tática para pressionar governo; 12 pessoas continuam detidas

Devido à demora nas demarcações de terras e ao descontentamento com o governo Lula, os índios adotaram a tática de protestar fazendo reféns em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em dez dias, foram feitos pelo menos 22 reféns; 12 ainda estão nas aldeias.
Ontem, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que índios parecis tomaram como reféns cinco funcionários da fundação na aldeia Bacaval, em Campos Novos do Parecis (397 km de Cuiabá), na segunda-feira. "O governo nos abandonou. Lula não está tendo sorte na Presidência. Não resolveu nada para nós. A gente não quer ficar mendigando cestas básicas", disse o líder dos parecis Valdomiro Iamoré, 54.
Os índios querem alugar a fazendeiros parte do 1,3 milhão de hectares da reserva. O arrendamento é proibido, mas eles querem que a Funai arranje um meio legal. Os índios bloqueiam desde domingo a rodovia MT-170.
Desde sábado, os caiabis mantêm reféns na aldeia (divisa de MT com o PA). São funcionários da fazenda Santa Rosa, situada em Apiacás (1.300 km de Cuiabá). São sete reféns, segundo a administração da fazenda. Eles querem a demarcar 1 milhão de hectares declarados, segundo a Funai, terra indígena em 2002. A fazenda fica dentro da área reivindicada.
Os terenas invadiram quatro fazendas em Sidrolândia (60 km de Campo Grande) e fizeram dez reféns (quatro PMs), na semana passada. Eles deixaram as áreas. Outras dez ainda estão invadidas.

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