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Índios encontraram marcos destruídos ao fundo de fazenda ocupada

Campo Grande News campograndenews.com.br
Autor: Geisy Garnes
28 de Nov de 2017

Durante a ocupação a Fazenda Baía da Bugra, índios da etnia Kadiwéu encontraram pelo menos 30 marcos, supostamente de demarcação de divisas, arrancados no fundo da propriedade. Em um vídeo enviado ao Campo Grande News, é possível ver as estruturas de concreto quebradas e empilhadas no local.

O vídeo é narrado e gravado pelos índios. Nas imagens, é possível marcos de concretos, usados para a definição linhas de divisa, destruídos. No áudios um dos índios explica que encontrou das estruturas no fundo da fazenda ocupada, a Baía da Bugra.

"Aqui estão mais de 30 marcos, que foram arrancados possivelmente pelo fazendeiro que se diz o dono dessa terra". Em outro vídeo, os índios pedem a criminalização do responsável pelo dano ao patrimônio público. Para os índios, a destruição do marco foi proposital, com a finalidade de dificultar a demarcação das terras.

Desde 1987, os índios pedem a demarcação de 145 mil hectares que pertence ao condomínio de fazendas da região, que abrange 12 propriedades. A reportagem encontrou em contato com o coordenador da Funai, Paulo Rios, que confirmou a situação.

O advogado Carlos Fernando de Souza, representante dos fazendeiros, afirmou que de fato os marcos foram retirados, mas que tudo foi devidamente notificado a prefeitura de Porto Murtinho.
Ele explicou que os marcos não são demarcação de área e sim de uma estrada que a prefeitura de Porto Murtinho colocou em uma estrada vicinal de propriedade dos fazendeiros.

"Está ajuizada ação contra a prefeitura de Porto Murtinho, referente estes marcos. A prefeitura colocou os marcos dizendo que ali é município de Porto Murtinho, quando na verdade é do município de Corumbá", alegou.

A Fazenda Baía da Bugra, localizada região de Nabileque, em Corumbá - a 426 quilômetros de Campo Grande - está ocupada há seis dias por famílias de pelo menos quatro aldeias: Tomázia, Alves de Barros, São João e Campina.

Na tarde do dia 22 de novembro os índio chegaram à fazenda, usando uma caminhonete do Ibama e montaram acampamento no local. Os funcionário da propriedade foram orientados a deixarem as casas, mas ainda assim permanecem trabalhando no local. Em nenhum momento houve registro de violência e toda a ocupação segue pacífica.

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