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12 de Set de 2008
Doença é a principal causa de morte entre as crianças indígenas.
Índios de 36 etnias se reuniram em Brasília para discutir o tema.
Índios de 36 etnias e representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Meio Ambiente se reuniram, em Brasília, para discutir formas de diminuir a desnutrição nas tribos nesta quinta-feira (11).
Valorizar as tradições das aldeias é uma das propostas da Carteira Indígena, grupo de trabalho criado há quatro anos pelo governo federal. Nesse período foram desenvolvidos 250 projetos com índios do Sudeste, da Amazônia Legal e do Sul do país.
"O que fizemos até agora foi apoiar iniciativas indígenas de produção de alimentos articulado com a preservação, com a gestão ambiental das áreas indígenas", explicou Lylia Galetti, coordenadora do projeto.
Representantes de 36 etnias se reuniram em Brasília. O principal assunto discutido foi a segurança alimentar. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, a desnutrição é um dos problemas mais graves entre os índios.
"É muito alto o número de mortalidade infantil entre os povos indígenas. Ele é hoje o dobro da média nacional. A gente tem 47 crianças indígenas mortas a cada mil nascidas", disse Luana Arantes, representante do Ministério do Desenvolvimento Social.
No encontro foi concluída a carta reivindicatória dos povos indígenas. A carta pede ao governo federal para continuar repassando os recursos para os projetos nas comunidades. São R$ 4,5 milhões por ano, que, segundo as lideranças dos índios, beneficiam 13 mil famílias. Todos decidem juntos como o dinheiro deve ser aplicado. Para a índia Sônia Guajajara, do Maranhão, essa é a maior vantagem da Carteira Indígena.
"A diferença da Carteira Indígena é que nós povos indígenas pudemos escrever, executar e acompanhar nossos próprios projetos dentro das aldeias. O que antes era feito por ONGs indigenistas ou universidades ou pelo próprio município, hoje permite que os povos indígenas sejam os protagonistas dessa história. Então, a Carteira Indígena proporcionou que nós pudéssemos mostrar a nossa capacidade de gerir os recursos públicos", falou Sônia.
A carta elaborada pelos povos indígenas será enviada para a presidência da República.
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