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Índios do Vale ameaçam e conseguem acuar a polícia

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: ALESSANDRA OGEDA
17 de Jun de 2004

Relações entre indígenas e produtores também estão tensas

Barricadas que impedem o avanço de veículos, terras invadidas e ameaça a policiais agravam o conflito entre índios e agricultores em Doutor Pedrinho, no Vale do Itajaí. A guerra velada, até agora com troca de ameaças, piorou na última terça-feira.

Após o furto de pinus de um terreno fora da Reserva Indígena Duque de Caxias, policiais teriam sido ameaçados por invasores. "Eles disseram que se a gente passasse do portão de acesso ao terreno hoje (ontem), seríamos presos e levados para a reserva", disse o sargento José Francisco da Silva, comandante da Polícia Militar local.

A ameaça teria sido feita, segundo o policial, por um grupo de nove índios dentro da terra invadida - a quatro quilômetros da reserva. Após isso, os policiais se limitaram, ontem, a fiscalizar o transporte de madeiras na estrada geral. "Calculamos que até 20 cargas de toras já tenham sido levadas." Há três meses começou a invasão da propriedade pelos indígenas, mas há um mês, segundo a polícia, as madeiras começaram a ser retiradas.

As relações entre os índios e os proprietários de terras estão cada vez mais tensas. "Não dou um mês para morrer alguém por aqui", declarou Silva, que diz não haver número suficiente de policiais ao redor da reserva.

O temor dos agricultores é que outros terrenos tenham as madeiras furtadas. Um agricultor da região começou a retirada de eucaliptos antes da hora, para evitar um possível furto.

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