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Índios do CIR prometem não acatar eventual decisão do STF em favor de arrozeiros

Agência Brasil - www.agenciabrasil.gov.br
09 de Dez de 2008

Boa Vista - Na véspera da retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da constitucionalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em faixa contínua, o clima entre as lideranças do Conselho Indígena de Roraima (CIR) oscila entre o otimismo e o inconformismo com o risco de uma decisão que permita a permanência de produtores de arroz e agricultores brancos na reserva. Eles prometem não acatar pacificamente uma eventual decisão em favor dos arrozeiros.

"Vamos gritar ao mundo inteiro e aí vamos tirar à força mesmo. Se é para brincar com lei, vamos brincar. Aí não dá não. Vamos recorrer e depois ver a outra situação", respondeu o coordenador geral do CIR, Dionito José de Souza, quando questionado pela Agência Brasil sobre a possibilidade de uma decisão favorável aos produtores que pretendem se manter em propriedades ocupadas há algumas décadas.

"Se o respeito à Constituição for olhado com carinho e com amor, a Raposa Serra do Sol vai ficar em área contínua", acrescentou Dionito.

Caso o STF confirme a área de 1,7 milhão de hectares como de uso exclusivo indígena, o discurso do líder muda. "Somos educados e vamos esperar a PF [Polícia Federal] e a Força Nacional retirarem os invasores."

A prevalecer o voto do relator, ministro Carlos Ayres Britto, que determinou a saída de todos os não-índios da reserva, o CIR planeja buscar parcerias para investir em projetos de desenvolvimento sustentável nas comunidades, que complementem a renda proporcionada por cerca de 35 mil cabeças de gado já existentes.

"Queremos trabalhar com grandes projetos de castanha e fazer doce de caju. A caça e a pesca estão muito fracas", argumentou Dionito.

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