VOLTAR

Indios do Acre não querem cestas; querem crédito

A Tribuna-Rio Branco-AC
20 de Nov de 2002

Os índios do Acre não querem as cestas básicas oferecidas pelo programa Fome Zero, de Luis Inácio Lula da Silva. Os mais de 18 mil índios acreanos querem crédito para trabalhar e produzir. "O Basa (Banco da Amazônia) deveria ter um fundo, uma linha de crédito, para financiar as comundidades indígenas da Amazônia", sugeriu Antonio Pereira Neto, superintendente da Funai.

A imprensa sulista tenta abrir debate sobre a não inclusão das tribos nos programas sociais do governo federal. A elas não chegariam o Bolsa-Escola ou o Bolsa-Alimentação. A necessidade de inclusão das tribos seria justificada pelos elevados índices de desnutrição infantil, que, no Acre, em alguns casos chegaria 90% da população de zero a cinco anos -número rechaçado com extrema veemência por Pereira Neto. A Funasa estima que até 20% das crianças índigenas do Acre sofram de subnutrição mas já se falou em números bem maiores.

Com o crédito, os índios se alimentaram muito melhor. O dinheiro seria utilizado em projetos que dizem respeito à biodiversidade. O Basa mantém o Prodex, e cerca de oito projetos propostos pelos índios foram aprovados pela linha que favorece ao extrativismo.

Chegar a esse dinheiro, entrentanto, é muito complicado para os índios porque a burocracia é grande e desestimulante. "Os projetos do Ministério do Meio Ambiente só são aprovados para organizações de classe, como associações e cooperativas", disse Pereira. "Deveriam reconhecer a organização tradicional dos índios, que não precisa de papel".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.