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ÍNDIOS DESOCUPAM SEDE DA ARACRUZ

O Globo-Rio de Janeiro-RJ
08 de Out de 2005

Acordo permitirá a eles acompanhar regularização de terras invadidas

VITÓRIA. Os índios das tribos guarani e tupiniquim que invadiram na quinta-feira a sede da Aracruz Celulose deixaram ontem o prédio da empresa. Os índios negociaram um acordo com o presidente da Funai, que os convidou para irem a Brasília acompanhar o processo de regularização das terras da companhia que invadiram, que motivou a ocupação da sede.

A negociação foi feita em um ginásio de esportes em Aracruz, onde fica a sede da companhia, depois que ela foi desocupada pelos índios. A medida foi uma condição de Mércio para eles poderem discutir o acordo. O assessor especial do Ministério da Justiça, Marcelo Behar, também participou da reunião.

Encontro durou
três horas

Depois de três horas, o encontro acertou que uma comissão de caciques irá a Brasília dentro de 15 dias para acompanhar o processo sobre as terras invadidas. Os caciques disseram considerar o convite uma vitória do movimento das duas aldeias. Um outro ponto comemorado pelos índios foi a promessa do representante do Ministério da Justiça de rever uma decisão de 1998, que questionava um estudo da Funai sobre o direito dos índios à posse da área disputada. No estudo, a fundação dizia que os indícios para assegurar que eles poderiam ter a posse do terreno eram muito poucos.

No início da reunião, tanto Mércio quanto Behar disseram que não poderiam determinar datas para que a reivindicação dos índios fosse atendida. Os guaranis e tupiniquins pedem agilidade na regularização de 11 mil hectares de terras que ocupam desde maio, no norte do Espírito Santo. Eles alegam ser os legítimos donos da área, embora ela seja de propriedade da Aracruz Celulose, que mantém no local uma plantação de eucaliptos. O processo sobre a disputa está no Ministério da Justiça desde agosto.

Em comunicado, a Aracruz Celulose lamentou a ocupação e disse que a manifestação dos índios representa uma agressão à propriedade privada e um desafio ao estado de direito.

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