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Autor: Bianca Cegati
21 de Jul de 2008
Após três dias de bloqueio em estrada vicinal que dá acesso às fazendas Cedro, Barra e Fronteira, em Antônio João, a 300 quilômetros de Campo Grande, o grupo de índios guarani-kaiowá que impediam a passagem na via deixou o local.
Em reunião na manhã de hoje com a PF (Polícia Federal) de Ponta Porã, que responde pela jurisdição, com a presença da Funai (Fundação Nacional do Índio), os indígenas receberam promessas de solução à questão da retirada de lenha de propriedades rurais particulares.
Conforme a PF, o grupo depende da madeira para atividades básicas como cozinhar e esquentar água e os fazendeiros da região estariam barrando a entrada dos índios em suas terras com o uso de segurança particular.
Durante a reunião que começou às 10 horas e teve desfecho no início da tarde, os policiais afirmaram aos indígenas que buscarão resoluções pacíficas para a questão da lenha, conversando com os fazendeiros, a prefeitura de Antônio João e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Quanto aos casos de violência que estariam sendo cometidos contra o grupo por parte dos proprietários de terras, a PF anunciou que vai investigar se o sistema de segurança implantado nas fazendas é legal ou não.
Bloqueio - Os guarani-kaiowá bloquearam a estrada na sexta-feira (18) depois de supostas agressões de seguranças de uma fazenda na noite de quinta-feira (17), incluindo até disparo de tiros contra índios que tentavam retirar madeira da propriedade.
Os indígenas anunciaram que, caso não tivessem a presença da PF na manhã de hoje no local, migrariam a manifestação para a rodovia que liga Antônio João a Bela Vista.
O conflito na região já é antigo, devido à questão fundiária, que há anos está em processo na Justiça.
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