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Índios decidem sair

A Crítica - www.acritica.com.br
Autor: Elaíze Farias
27 de Nov de 2008

A confirmação, ontem, de que a gestão de saúde indígena será retirada da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em três meses levou indígenas a decidir pela desocupação do prédio da coordenação regional do órgão, a partir de hoje, desde que a juíza Marília Gurgel Rocha de Paiva e Sales os receba em audiência. Eles querem garantia por escrito de que a Polícia Federal não faça a operação de reintegração de posse, o que provocaria um confronto com os indígenas.

"A audiência seria também para garantir aos indígenas participação direta nesta fase de transição que vai transferir os poderes da Funasa para a nova secretaria que vai gerir a saúde indígena", disse Warlen.

A criação de uma secretaria exclusiva para a saúde indígena no Governo Federal foi confirmada ontem à tarde, durante o Seminário Nacional de Gestão e Controle Social de Saúde Indígena, em Brasília. A notícia teria dado uma reviravolta nas reivindicações dos indígenas.

Segundo Jecinaldo Cabral, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que participou do evento com mais 200 indígenas, ao contrário do que foi proposto pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que criava apenas uma subsecretaria, os participantes do seminário propuseram uma administração exclusiva para a saúde indígena. "Uma comissão para elaborar a transição que vai transferir a gestão da Funasa para essa nova secretaria. O próprio presidente Lula já concordou", disse Cabral.

A opção pela desocupação aconteceu poucas horas depois da intimação expedida pela juíza federal em favor da reintegração de posse do prédio. Pela liminar, os indígenas teriam 12 horas para sair pacificamente do prédio, prazo encerrado às 3h de ontem.

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