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Índios de reservas do Ceará libertam quatro reféns

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: KAMILA FERNANDES
24 de Abr de 2004

Cerca de 200 índios de diferentes etnias que vivem em reservas indígenas no Estado do Ceará mantiveram reféns ontem quatro técnicos da Secretaria da Educação do Estado por cerca de oito horas. Os índios tinham uma lista de 14 reivindicações ao governo estadual, entre elas a construção de escolas e mudanças no contrato de trabalho de professores.

Os técnicos ficaram presos em uma escola na reserva dos índios Pitaguari, no município de Maracanaú (região metropolitana de Fortaleza), e só foram libertados às 20h, após negociação com o subsecretário da Educação, Luís Eduardo de Menezes Lima.

Os índios tinham convidado os técnicos para uma reunião de negociação. Sem armas, eles decidiram impedir a saída dos visitantes e exigir a presença da secretária da Educação, Sofia Lerche.

Procuradores da República, acompanhados de policiais federais, tentaram negociar com os índios antes da chegada de algum representante da secretaria, mas não tiveram sem sucesso. "Fomos surpreendidos por esse tipo de atitude, porque as negociações estavam bem adiantadas", disse Lima.

Não houve agressões nem prisões. Ficou marcada para a próxima quarta-feira uma nova reunião entre índios e representantes da Secretaria da Educação, desta vez na sede da Procuradoria da República do Ceará.

Nas negociações de ontem, ficou acertada a mudança no prazo do contrato de trabalho de professores temporários das áreas indígenas, que deixa de ser de seis meses, como é na rede regular de ensino do Estado, para um ano.

Entre as reclamações dos grupos indígenas estavam também os atrasos no pagamento de professores temporários e nos repasses para a manutenção de escolas.

Segundo o subsecretário, esses são problemas de escolas de todo o Estado, não apenas de escolas indígenas. "Sabemos dos problemas, mas já estamos providenciando a normalização dos pagamentos. Não havia necessidade desse tipo de protesto", disse.

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