VOLTAR

Índios de MS vão a Brasilia reclamar de decreto

Douradosagora - http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=272806
12 de Jan de 2010

No sábado passado, 09 de janeiro, aconteceu uma reunião com caciques de diversas aldeias e etnias do Estado de Mato Grosso do Sul. Na reunião foi discutido o Decreto Presidencial, publicado no diário oficial do último dia 29 de dezembro passado, de reestruturação na Fundação Nacional do Índio.

A reunião aconteceu no prédio da FUNAI - Campo Grande e contou com a presença de 26 caciques de Aldeias do Estado e outras lideranças locais, totalizando mais 60 pessoas, representando as aldeias: Limão Verde, Córrego Seco, Aldeinha, Ipegue, Lagoinha, Kadiweu, Água Branca, Lálima, Passarinho,. Amoreira, Cachoeirinha, Moinho, Babassú, Colônia Nova, Recanto, Oliveira, Tereré, Córrego do Meio, Cacique Valdeci, Água Azul, Bananal e Buriti, todas do interior do estado, mais de 10 cidades onde existem aldeias no MS.

Na reunião as lideranças indígenas falaram da ausência de projetos do governo para os índios e a necessidade de mudança no órgão. A FUNAI tem que conhecer as comunidades indígenas, estar mais próxima dessas comunidade e apoiando.

Os índios deixaram claro que as mudanças impostas pelo Governo Federal no Órgão em vez de aproximar, vai afasta-lo dos índios, deixando as comunidades desamparadas e desprotegidas com o fim dos posto indígenas.

O processo de reestruturação da FUNAI aconteceu utilizando-se da desinformação. A falta de conversa, de diálogo e participação das comunidades indígenas deslegitima o Decreto Presidencial. Com validação deste decreto, hoje, os representantes da FUNAI nos postos indígenas dentro das aldeias não tem nem mais legitimidade para explicar aos índios o que esta acontecendo, pois, foram todos exonerados.

Diante das questões apresentadas os caciques aprovaram o envio de representantes das comunidades indígenas do estado à Brasília. A partida da delegação está prevista para o dia de amanhã, 13 de janeiro, com a chegada prevista para a próxima quinta feira, engrossando as movimentações dos índios que já acontecem em Brasília.

A exigência será para que o Decreto seja reformulado nos pontos onde há discordância das lideranças, como por exemplo, o fechamento dos postos indígenas em aldeias e a diminuição das representações através das Delegacias Regionais da FUNAI.

As organizações indígenas e de indigenista serão convocadas para apoiar um movimento nacional em favor de mudanças necessárias no Decreto Presidencial.

A comunidade Kadiweu se colocou indignada com relação ao decreto e enfileiraram-se aos Terenas para lutar juntos por mudanças. As mudanças na FUNAI deixaram um deserto de representatividade Federal nas comunidades indígenas do Brasil. As lideranças Kadiweu também sugeriram que se estudem ações judiciais contra o decreto, respeitando a Lei Federal que criou a FUNAI.

Os Terenas afirmaram que os índios ainda não foram todos mortos, ainda existe índio vivo, que é preciso antes de qualquer ato do Governo para a comunidade indígena ouvi-lo e não "enfiar a guela-baixo".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.