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Autor: Isabelle Valois
05 de Dez de 2012
Indígenas de comunidades do Médio Rio Purus, em Lábrea (distante a 702 quilômetros da capital), estão programando um protesto para o próximo dia 12 de dezembro para chamar a atenção sobre os descasos com o atendimento à saúde dos nativos que vêm ocorrendo no município há mais de 10 anos. Vinte e um funcionários foram demitidos supostamente por não aceitarem a nova gestão que atua na Casa de Saúde do Indígena (Casai), ainda denunciando as imprudências cometidas pela diretoria.
A atual conselheira do distrito, a técnica em enfermagem Zoraide Inácio de Oliveira, 41, que está na lista de demissão da diretora do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), de Fátima Aparecida da Silva, denunciou os descasos que vêm piorando com a nova gestão desde o ano passado.
Segundo Zoraide, um dos principais fatos que levaram a sua demissão foi a recusa em registrar no sistema do DSEI falsas informações a respeito do óbito de 24 indígenas de diversas etnias. A técnica explicou que o correto seria os técnicos procurarem as aldeias e levantar os dados. "A diretoria não queria que esse procedimento ocorresse e pediu que eu colocasse datas falsas como também inventasse os óbitos no sistema", disse.
O processo de demissão teve início quando Fátima Aparecida teria mandado que cancelassem o contrato da indígena que trabalhava no posto, Mazel Francisca Fernandes, da etnia apurinã, pois a mesma lutava pela melhoria dos atendimentos e sempre denunciava o despreparo do local.
"Depois que Mazel foi demitida, mais 21 funcionários que lutavam para a melhoria da saúde indígena começaram a ser perseguidos, pois realizavam relatórios e os tornavam públicos, pois no momento em que informávamos a direção, não se tomava nenhum procedimento, o que mostra o desrespeito com a saúde pública e a do indígena", contou a técnica de enfermagem.
Conforme Zoraide, que trabalha na Casai há mais de 10 anos contratada por uma empresa que presta serviços ao distrito, além das denúncias ao público algumas documentações relativas às denúncias chegaram a ser encaminhados para Brasília, mas não tiveram nenhuma resposta.
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