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Índios de Feijó querem solução para assassinato de Raimundo Silvino

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Flaviano Schneider
21 de Jan de 2004

Manoel Kaxinauá e Assis Shanenawa dizem que assassinos de Raimundo Silvino estão impune

Embora existam conflitos localizados, o relacionamento entre índios e brancos, no Acre, passa por um momento de tranqüilidade, diferentemente de Estados como o Mato Grosso do Sul, onde está havendo invasões de fazendas por parte dos índios Guarani/Kaiowás ou em Roraima, quando manifestantes (brancos e índios) fizeram barreiras em rodovias, por serem contra a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol.

Para o administrador local da Funai, Manoel Kaxinauá, os índios têm uma série de demandas e lutam por seus direitos, mas a tendência tem sido a moderação, o diálogo e o bom relacionamento com o Ministério Público Estadual, Justiça federal, Ibama e governo do Estado.

Manoel Kaxinauá conta que há grupos de trabalho atuando em sete locais, visando a identificação de área para posterior demarcação. São elas: a terra Arara do rio Amônia; terra dos Nauas, no Parque Nacional da Serra do Divisor; terra Jaminaua do Rio Iaco (Guajará), terra Kaxinauá do Curralinho (rio Envira), terra Jaminaua do rio Caetés e Terra Manchineri.

Demandas da Opire

Manoel Kaxinauá participou ontem de manhã, na sede do Ministério Público, de audiência solicitada pela Organização dos Povos Indígenas do rio Envira (Opire), acompanhado do cacique Assis Shanenawa, da aldeia Morada Nova em Feijó.

Tendo como participantes o Ministério Público, a Justiça Federal, Funai e o Ministério do Meio Ambiente, a Opire cobrou das autoridades competentes a demarcação da terra indígena do Curralinho e fez o questionamento quanto às ações do governo junto às comunidades indígenas que sofrem impactos com a BR-364.

Assis Shanenawa explicou que uma das demandas principais dos índios da região do rio Envira é uma solução para o caso do assassinato do índio Raimundo Silvino (importante liderança Shanenawa). Segundo o cacique Shanenawa, o assassinato aconteceu em 1996, em Feijó, e os autores, três militares da Polícia Militar continuam impunes, estando o processo parado no Superior Tribunal de Justiça

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